ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 12.06.1998.
Aos doze dias do mês de
junho do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove
horas e quinze minutos foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Fernando Záchia,
Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Carlos Nedel, João
Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário,
Paulo Brum e Sônia Santos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio
Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, José
Valdir, Nereu D'Ávila, Pedro Ruas e Renato Guimarães. Constatada a existência
de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Quadragésima Quarta
Sessão Ordinária e da Décima Sétima e da Décima Oitava Sessões Solenes, que
deixaram de ser votadas, face à inexistência de "quorum"
deliberativo. À MESA foram encaminhados: pela Mesa, o Projeto de Resolução nº
29/98 (Processo nº 1913/98); pela Vereadora Anamaria Negroni, 01 Pedido de
Providências, as Indicações nºs 43 e 50/98 (Processos nºs 1825 e 1860/98, respectivamente)
e o Projeto de Lei do Legislativo nº 86/98 (Processo nº 1856/98); pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências e o Projeto de Lei do Legislativo
nº 89/98 (Processo nº 1877/98); pelo Vereador Antônio Losada, as Indicações nºs
51, 52 e 53/98 (Processos nºs 1880, 1881 e 1882/98, respectivamente); pelo
Vereador Carlos Garcia, 01 Pedido de Providência; pelo Vereador Gerson Almeida,
a Indicação nº 49/98 (Processo nº 1859/98); pelo Vereador João Dib, os Pedidos
de Informações nºs 84 e 85/98 (Processos nºs 1876 e 1886/98, respectivamente) e
a Emenda nº 09 ao Projeto de Lei do Executivo nº 17/98 (Processo nº 1798/98);
pelo Vereador Luiz Braz, os Pedidos de Informações nºs 80, 81 e 82/98
(Processos nºs 1840, 1862 e 1863/98, respectivamente). Ainda, foi apregoado
Requerimento da Vereadora Maria do Rosário, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 21/94 (Processo nº
660/94). Também, foi apregoado o Ofício nº 255/98, do Senhor Prefeito Municipal
de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 18/98 (Processo
nº 1907/98). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 15/98, do Senhor Francisco
Nóbrega, Subprocurador-Geral da República; 47/98, do Ministro Ermes Pedrassani,
Presidente do Tribunal Superior do Trabalho - TST; 82 e 83/98, do Senhor Paulo
Vidal, Deputado Estadual/RS; 114/98, do Senhor José Delgado, Ministro do
Superior Tribunal de Justiça; 119 e 120/98, do Senhor João Carlos Vasconcellos,
Diretor-Presidente da Empresa Portoalegrense de Turismo - EPATUR; 174/98, da
Senhora Thaisa Jansen Pereira, Superintendente Regional da Receita Federal da
9ª Região Fiscal; 284/98, da Senhora Sílvia Cappelli, Coordenadora das
Promotorias de Defesa Comunitária do Ministério Público; 415/98, do Senhor
Reginaldo Oscar de Castro, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil; 656/98,
do Senhor Osmar Veronese, Procurador da República; s/nº, do Senhor Carlos
Augusto da Silva Cazarré, Procurador da República; s/nº, do Senhor Valcir
Scortegagna, Presidente da Federação do Comércio Varejista de Gêneros
Alimentícios do Estado/RS; s/nº, do Senhor João Gilberto Lucas Coelho,
Secretário Extraordinário para Assuntos da Metade Sul do Estado/RS; Cartões, do
Major-Brigadeiro-do-Ar Sérgio Pedro Bambini, Comandante do V Comando Aéreo
Regional - V COMAR; da Senhora Milca Severino Pereira, Reitora da Universidade
Federal de Goiás; do Deputado Federal Adylson Motta; Fax, do Senhor Antônio
Teixeira de Carvalho, da Advocacia Vilas Boas; do Senhor Kuniyuki Terabe,
Superintendente da Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRAS; do Senhor Thomaz Guedes
da Costa, Chefe de Gabinete do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico - CNPq; do Senhor Lourival Carmo Mônaco, Presidente da
Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP; do Deputado Federal Nelson
Marchezan; do Senhor José Augusto Hülse, Vice-Governador do Estado de Santa
Catarina. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve, em 4ª Sessão, o
Projeto de Lei do Executivo nº 17/98, discutido pelos Vereadores Gerson
Almeida, Adeli Sell, João Dib e Henrique Fontana. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou a presença do Senhor Geraldo Pereira de Mattos Filho,
ex-Vereador deste Legislativo, e do Vereador Gena, da Bancada do PTB da Câmara
Municipal de Charqueadas. Na ocasião, face Requerimento do Vereador Pedro
Américo Leal, aprovado dia dez de junho do corrente, de Licença para Tratar de
Interesses Particulares no dia de hoje, o Senhor Presidente declarou empossado
na vereança o Suplente Carlos Frederico Matzenbacher, após a entrega do seu
Diploma e da Declaração de Bens e da prestação do compromisso regimental e
indicação do nome parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Também, o Senhor Presidente procedeu à
leitura de declarações dos Suplentes Alberto Moesch e Alceu Lima, comunicando
seus impedimentos de assumirem a vereança em substituição ao Vereador Pedro
Américo Leal. Em continuidade, foi apregoado Requerimento da Vereadora Sônia
Santos, solicitando, nos termos do § 6º do artigo 218 do Regimento, Licença
para Tratamento de Saúde para a Vereadora Tereza Franco, no período de doze a
quinze de junho do corrente. A seguir, o Senhor Presidente declarou empossado
na vereança o Suplente Cassiá Carpes, após a entrega do seu Diploma e da
Declaração de Bens e da prestação do compromisso regimental e indicação do nome
parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos. Também, o Senhor Presidente procedeu à leitura
de declarações dos Suplentes Leão de Medeiros, Jocelin Azambuja e Juvenal
Herera Ferreira, comunicando seus impedimentos de assumirem a vereança em
substituição à Vereadora Tereza Franco. A seguir, nos termos do § 7º do artigo
12 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Suplentes hoje
empossados na vereança. O Vereador Carlos Frederico Matzenbacher, discorrendo
sobre sua trajetória profissional, teceu considerações acerca do significado de
sua posse neste Legislativo, afirmando ser esta uma vitoria não particular, mas
de todos que o apoiaram em sua atividade política. O Vereador Cassiá Carpes
saudou os amigos e familiares que o ajudaram em sua caminhada até este
Legislativo, analisando a importância da realização de um trabalho efetivo em
prol da juventude e de combate ao tráfico e consumo de drogas. Ainda, foi
apregoado Requerimento do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde, no dia de hoje. Na oportunidade, através de Questões de
Ordem, os Vereadores Maria do Rosário e João Dib manifestaram-se acerca da
ordem dos trabalhos da presente Sessão e os trabalhos estiveram suspensos, das
dez horas e cinqüenta e cinco minutos às dez horas e cinqüenta e seis minutos,
nos termos regimentais. Após, constatada a existência de "quorum",
foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Paulo Brum, solicitando alteração
na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Cláudio Sebenelo registrou notícias divulgadas na imprensa no dia dez de junho
do corrente, acerca da entrega, pelo Governo Municipal, de habitações em vilas
carentes da Cidade. Registrou estudo técnico da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, efetuado no ano de mil novecentos e noventa e um, segundo o qual
existem oitenta e quatro áreas de risco geotécnico em Porto Alegre, defendendo
a realização de um trabalho efetivo de prevenção nessas áreas. Na ocasião, o
Senhor Presidente registrou a presença do Senhor José Henrique Paim Fernandes,
Secretário Extraordinário para Captação de Recursos e Cooperação Internacional
e assinalou o transcurso, hoje, do aniversário do Senhor Nazário Antônio da Silva,
funcionário deste Legislativo. Ainda, foi apregoado Requerimento do Vereador
Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de
hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib teceu considerações acerca
do uso, pelo Prefeito Municipal de Porto Alegre, do processo de
"cartas-contrato" para a contratação de pessoal. Reportou-se ao
pronunciamento do Vereador Henrique Fontana, quando da discussão do Projeto de
Lei do Executivo nº 17/98, relativo aos gastos do Executivo Municipal na área
da saúde. O Vereador Pedro Ruas comentou resultados da convenção nacional
realizada pelo PDT no dia onze de junho do corrente, em Brasília, quando foram
homologados os nomes dos Senhores Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola
como candidatos a Presidente e Vice-Presidente da República para as eleições de
outubro do corrente. Analisou problemas hoje observados no País, propugnando
por mais justiça social e por um Estado mais igualitário para todos. O Vereador
Guilherme Barbosa saudou a Bancada do PDT pelo resultado da convenção nacional
realizada ontem por este Partido, salientando a importância da homologação dos
nomes dos Senhores Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola como candidatos a
Presidente e Vice-Presidente da República. Também, referiu-se ao pronunciamento
do Vereador Cláudio Sebenelo, acerca da situação observada em Porto Alegre no
referente à saúde pública e à área habitacional. O Vereador Carlos Garcia,
declarando-se contrário ao uso de contratos emergenciais de trabalho na área do
magistério público estadual, destacou que os profissionais contratados através
desse meio não receberam o devido pagamento pelos serviços prestados e
questionou quando tais pagamentos serão efetuados. O Vereador Fernando Záchia
lamentou declarações feitas à imprensa pelo Prefeito Raul Pont, de que
existiria uma preocupação quanto à possibilidade de que uma vitória brasileira
na Copa do Mundo de futebol criaria "um clima de euforia que favorecesse a
reeleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso", criticando, ainda,
posições assumidas por Sua Excelência, relativas à história do futebol em Porto
Alegre. O Vereador Paulo Brum registrou o transcurso dos dez anos da Lei nº
7853, que trata dos direitos de pessoas portadoras de deficiência, relatando
ter participado, dia dez de junho do corrente, da implantação, no Estado, do
sistema de informatização da Coordenadoria
Nacional de Integração para a Pessoa Portadora de Deficiência, em convênio
assinado com a Fundação de Atendimento às Pessoas Portadoras de Deficiência do
Estado. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a
ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal da Vereadora Maria do Rosário,
solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada. Em
Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 13/98,
com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e três votos SIM e uma
ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Carlos
Garcia, Maria do Rosário, Isaac Ainhorn e Paulo Brum, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Carlos Garcia, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa,
Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta,
José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Renato Guimarães, Carlos Frederico Matzenbacher e Cassiá Carpes e tendo optado
pela Abstenção o Vereador Isaac Ainhorn. Após, foi aprovada a Emenda nº 01
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 13/98. Em Discussão Geral esteve, em
3ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96. Em Discussão Geral e
Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 45/97 que, a Requerimento,
aprovado, do Vereador Paulo Brum, teve adiada sua discussão por duas Sessões.
Em Discussão Geral e Votação estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nºs
59, 66 e 67/97 que, a Requerimentos, aprovados, dos Vereadores Renato Guimarães,
João Dib e Henrique Fontana, respectivamente, tiveram adiadas suas discussões
por uma Sessão. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do
Legislativo nº 118/97 que, a Requerimento, aprovado, do Vereador Carlos Garcia,
teve adiada sua discussão por três Sessões. Em Discussão Geral e Votação foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 33/97. A seguir, foi rejeitada a
Emenda nº 01 aposta a este Projeto, por três votos SIM e dezessete votos NÃO,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores
Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo e João Carlos Nedel e Não os Vereadores
Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren,
Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João
Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Renato Guimarães,
Carlos Frederico Matzenbacher e Cassiá Carpes. Na ocasião, foi aprovado
Requerimento verbal do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando alteração na
ordem de votação da matéria a ser apreciada. Em Discussão Geral e Votação foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 01/98. Em Discussão Geral e Votação
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 139/97. Constatada a inexistência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às
doze horas e vinte e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz e Juarez Pinheiro e secretariados
pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos à
4ª SESSÃO
PROC.
1798/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/98, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 1999 e dá outras providências. Com Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07 e 08.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
saudar os Vereadores Suplentes que estão assumindo no dia de hoje.
Nesta
Pauta Especial, que trata das Leis de Diretrizes Orçamentárias, gostaria de
realçar a maneira como foi construída esta Lei. Este Projeto que está na Casa
encerra uma novidade, no que toca à construção da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, porque também foi uma Lei construída pela participação
democrática de centenas de cidadãos da Cidade de Porto Alegre. O Ver. Carlos
Garcia, que é um dos Vereadores que participa e acompanha o Orçamento
Participativo, com certeza, deve também ter acompanhado algumas reuniões do
Orçamento que discutiu e envolveu a comunidade organizada nas definições da Lei
de Diretrizes Orçamentárias que é uma peça que vai ser a baliza para a
realização do Orçamento.
Isso
deve ser realçado porque esse é um dos debates que na Cidade de Porto Alegre
tem ocorrido de uma forma muitas vezes contraditória, às vezes de uma forma
maior e às vezes de uma forma menor, sobre a construção do Orçamento Público e
da ampliação do controle público e social que cresce cada vez mais na Cidade de
Porto Alegre, o controle público sobre o Estado e sobre aquilo que
tradicionalmente é tratado como caixa preta que é o Orçamento Público. A
população, de um modo geral, não conhece e não é chamada para discutir a peça
orçamentária. Ela sofre as conseqüências de prioridades e definições que, na grande
maioria das vezes, ao não ter a sua consulta, ao não incorporar as opiniões da
população, acabam definindo prioridades completamente equivocadas.
Há
cerca de dez anos em Porto Alegre estamos experimentando o Orçamento
Participativo, que tem, de uma forma sólida, se enraizado capilarmente em todos
os bairros, em todas as regiões de Porto Alegre, e tem-se demonstrado um eficaz
instrumento de administração pública, porque a Cidade, a partir daí ficou
incomparavelmente melhor. Ficou melhor, mas os recursos continuam sendo
escassos, no entanto, ao chamar a população para debater, discutir as
prioridades para, juntos, definirmos o que fazer com esses recursos, o que
temos vistos nesses dez anos é que a sabedoria popular é fundamental para a
otimização, para a eficácia da destinação dos recursos. Até porque as obras
deixam de ser algo que cai de pára-quedas como uma dádiva de um governante ou
de outro e passam a ser uma construção coletiva, uma conquista coletiva e que
inclusive conta não só na deliberação da construção das obras, mas na própria
realização, conta com o apoio da comunidade organizada.
Eu,
quando fui Secretário Municipal do Meio Ambiente, e aqui temos um ex-Diretor do
DMAE, o companheiro Guilherme Barbosa, um ex-Secretário da Saúde, o companheiro
Henrique Fontana, enfim, nós pudemos presenciar “in loco” o quanto são
importantes as comissões populares de controle de obra para acompanhar cada
obra da Cidade, o quanto isso é importante inclusive para a qualidade da obra.
Para a Prefeitura, como para qualquer fração do Estado, é impossível acompanhar
todos os passos de cada obra, seria necessário um exército de fiscais,
especialmente numa Prefeitura como a de Porto Alegre, que faz muitas obras.
Pois quando construímos as comissões populares de controle obras vimos que os
moradores das ruas, dos bairros beneficiados pelas obras, acabam indo, de manhã
cedo, com o seu chimarrão, com o seu banco, sentam na frente e, aí, com as
especificações de cada obra fazem um controle público muito eficiente sobre
aquelas empresas contratadas por licitação. Assim, não tem aquela de contratar
e pagar tubulação de tantos milímetros e depois ver que, na verdade, a
tubulação foi menor ou a qualidade do material foi aquém daquela contratada,
porque o cidadão que vai ser beneficiado pela obra, que construiu aquela
liberação, é o mais eficiente e mais interessado fiscal da qualidade dos
investimentos das obras feitas.
Eu
acho que este é um exemplo de uma coisa muito rica, que é este enlace que é
possível entre o Estado e a sociedade civil. É preciso construirmos e
ampliarmos cada vez mais os vasos comunicantes em sociedade e Estado para que o
Estado deixe de ser apenas um instrumento autoritário em relação à sociedade. E
esta escala de autoritarismo e esta escala de democratização só pode ter um
critério superior a todos outros, que é o critério da participação direta da
cidadania nas definições estratégicas de uma fração do Estado, de um governo.
Então,
neste aspecto, eu quero realçar, porque me parece muito importante que, pela primeira
vez, a Lei de Diretrizes Orçamentárias também foi objeto de debate e ampla
discussão nas várias regiões do Orçamento Participativo. Parece que, com isso,
nós teremos diretrizes muito mais solidificadas e diretrizes muito mais
socialmente comprometidas.
Dito
isso, eu quero realçar uma questão. Esta discussão produziu cinco prioridades.
Foram cinco prioridades definidas por esta discussão democrática na sociedade.
É
importante que haja comparações e, neste caso, a LDO, remetida pelo Governo do
Estado à Assembléia Legislativa, conta com trinta e sete prioridades. O que
significa ter trinta e sete prioridades? Significa não ter prioridade alguma.
Significa que o Poder Executivo, no caso o Governo do Estado, poderá, ao seu
bel-prazer, se definir em trinta e sete prioridades, fazer o que quer, na
verdade, porque abre um leque de possibilidades infinitas ao Poder Executivo.
Ao
se definir por cinco prioridades, a população de Porto Alegre estabelece mais
um passo do controle público sobre a ação do Executivo. Um controle público
importante, necessário e cada vez mais reconhecido como elemento fundamental
numa gestão adequada à coisa pública.
Ao
definirmos cinco prioridades, também, conseguimos estabelecer uma coerência
política que vai orientar o conjunto das ações do governo e, depois, quando
definirmos o Orçamento para 1999 ficará muito mais fácil e objetivo as
distribuições de recursos para as diversas áreas. A prioridade de distribuição
de recursos para o Orçamento do ano que vem vai ter que, obrigatoriamente,
respeitar essas cinco grandes diretrizes definidas pela população.
Gostaria
de dizer, primeiro, que a distribuição de recursos da LDO, para o Orçamento de
99, deverá atender aos seguintes temas: saúde, educação, transporte,
organização da Cidade, assistência social e intervenções urbanas.
Quero
lembrar, também, que na Lei de Diretrizes Orçamentária do Governo do Estado a
saúde é a vigésima terceira prioridade, Vereador Henrique Fontana. Em Porto
Alegre, pela decisão e discussão da comunidade, a saúde é o primeiro dos
grandes temas que deverá ser abordado. Parece-me que as justificativas para
isso são desnecessárias, pois não há necessidade de se dizer que a saúde não
pode ser a vigésima terceira prioridade como é no Governo do Estado para que
possamos mudar a situação dramática da saúde pública neste Estado e neste País.
Na
questão tributária, questão fundamental para organizar os recursos para
podermos ter capacidade de investimento. Na LDO, que foi encaminhada pelo
Executivo Municipal a esta Câmara e discutida pela comunidade, nós firmamos uma
posição clara de não ficarmos estimulando subsídios do Governo Municipal para
empreendimentos que, muitas vezes, não têm qualquer sentido social mais
concreto. Na verdade são transferências de recursos público da sociedade toda
para uma ou duas empresas privadas. Elas sim se beneficiam dos recursos da
sociedade. Em contrapartida, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, remetida pelo
Governo do Estado à Assembléia Legislativa, mais uma vez são colocadas como
diretrizes do Governo a ampliação e aprofundamento das isenções fiscais aos
grandes grupos econômicos. Foi só isso que se viu nos quase três anos e meio de
Governo Brito, ou seja, grandes linhas de crédito e subsídios a grandes e
megagrupos econômicos, não há qualquer linha de crédito subsidiando micros e
pequenas empresas ou micros e pequenos produtores no campo. Vejam que, mais uma
vez, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, se começa a definir e a se demonstrar
o caráter dos Governos. No caso do Governo Democrático Popular de Porto Alegre,
as Leis de Diretrizes Orçamentárias atendem à saúde, à educação, ao transporte,
enfim, à qualidade de vida dos cidadãos, enquanto que, numa outra Lei de
Diretrizes Orçamentárias, ao se diluir em 37 prioridades a política do Governo,
na verdade, não se tem política alguma. A política vigente desses três anos e
meio de Governo mostrou uma opção preferencial pelos grandes, uma opção
preferencial pelos poderosos e a saúde, neste caso, naturalmente, pôde ficar em
23º lugar, porque os ricos têm saúde privada, quem precisa de saúde pública é a
grande maioria da população e essa, como é a saúde, fica em 23º lugar como
prioridade da LDO do Estado. Infelizmente, se isso continuar, não se terá
melhoria substantiva. Eu quero chamar atenção a um outro item. Em todas as
cinco prioridades definidas pelo Governo Municipal, a questão da preservação do
meio ambiente, a questão de colocar a qualidade de vida e a preservação
ambiental não é uma questão restrita a uma Secretaria, ela passa a ser um elemento
que costura o conjunto da política do Governo Municipal e isso é muito
importante. Quando tratamos o transporte, por exemplo, que é um dos grandes
problemas das cidades grandes, olhamos que as prioridades definidas atacam esse
problema sério; na questão da assistência social várias propostas de programa
enfrentam concretamente esta mazela produzida nas grandes cidades pela política
econômica excludente. Nestes trinta segundos que me restam, eu quero chamar a
atenção, exatamente, para essas questões. A questão de que as Leis de
Diretrizes Orçamentárias que é a peça que vai orientar o orçamento para o
próximo ano, já demonstra a natureza dos compromissos que o governo tem. Quais
as prioridades e que tipo de governo teremos. Felizmente, em Porto Alegre, pela
Lei de Diretrizes Orçamentárias teremos um Governo voltado ao social e a grande
maioria da população. Lamentavelmente, no Governo do Estado, pelas leis de
diretrizes Orçamentárias, teremos um governo que vai continuar voltado para os
grandes. É por isso que nós em outubro vamos ter que mudar esse governo para
que possamos, em 1999, ter um Estado que comece a reverter a exclusão social
que em cada esquina transformou o nosso Estado numa grande favela. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez
Pinheiro): Nós queremos, com muita honra e com muita alegria comunicar a
presença, no Plenário, do Ver. Gena do PTB de Charqueadas. Seja bem-vindo,
tenha uma permanência harmoniosa e os votos de uma feliz estada na nossa Câmara
de Vereadores. Queremos dizer que o nosso querido Cassiá, Vereador que hoje vai
assumir pela primeira vez nesta Legislatura, posteriormente prestará
compromisso com a presença do Presidente da Casa, Ver. Luiz Braz, assim como o
nosso querido Vereador Matzenbacher do PPB. Nós estamos aguardando o retorno do
Presidente que está atendendo a uma autoridade em seu gabinete para que seja
procedida a posse destes dois Vereadores. O Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, Senhores, Senhoras. É preciso repetir, aqui, algo que disse na
Sessão passada que, apesar da LDO discutir as Diretrizes Orçamentárias do
Município, o Governo Municipal teve a preocupação de ao mesmo tempo apontar de
onde virá o dinheiro, como nós trataremos as finanças públicas e como nós
gastaremos o dinheiro. O Governo Municipal teve a preocupação de traçar na LDO
um arcabouço das diretrizes gerais da nossa Administração, o nosso
comportamento com a coisa pública. Mas dizia também que apesar desta
abrangência de discutir, na verdade, a Cidade de Porto Alegre, a organização do
Município de Porto Alegre, e a expressão da sua cidadania, dizíamos que eram
diretrizes, portanto normas, caminhos, apontamentos, e que dentro deste
arcabouço geral havia um núcleo denso de inúmeras atividades que evidentemente
não se pode colocar numa Lei de Diretrizes Orçamentárias. Se fôssemos discutir
o conjunto das ações de Governo, como alguns tentam fazer quando se discute a
LDO, eu colocaria, por exemplo, a importância de a Administração Pública
Municipal de Porto Alegre colocar como um dos pressupostos da sua ação, como já
vem ocorrendo, uma parceria com o Governo do Estado, já que não é da sua
competência a questão da segurança pública, do corpo de bombeiros, mas isso não
cabe numa discussão de Lei de Diretrizes Orçamentárias, como alguns Vereadores
teimam em puxar o debate para um lado ao qual a própria Lei não dá esta margem
de discussão. Bem que gostaria de discutir com mais freqüência aqui, como
querem efetivamente alguns Vereadores da oposição - esses sim honestamente
preocupados em discutir a Cidade de Porto Alegre - o conjunto das ações do
nosso Governo.
Tratando
especificamente, portanto, da LDO, quero enfatizar a questão de que está
marcada a nossa decisão de completar o plano de investimentos. Nenhuma obra
será começada sem antes de concluir-se tudo aquilo que está em andamento no
nosso Município. Nós não deixaremos nenhuma iniciativa pela metade, como
costuma acontecer em outros governos que não têm esta preocupação com a coisa
pública, com o gasto controlado, e quando a oposição nos cobra
responsabilidades, quando levanta questionamentos sobre as obras que
realizamos, ou coisas do gênero, nós somos os Vereadores da Bancada da
situação, que defendem o Governo Municipal, que vêm aqui com tranqüilidade, e
explicamos o que estamos fazendo, e se há atrasos em obras estamos mostrando os
porquês, e não deixamos nada em aberto.
Nós
estamos apontando, nesta Lei de Diretrizes Orçamentárias, a proposta de uma
verba de contingência de 4%. Alguns acham isso exagerado, mas há momentos em
que a Administração Municipal precisa ter uma parte do seu orçamento para estas
medidas emergenciais. Como agora, neste início de inverno rigoroso, que se
inicia no domingo, mas neste final de outono já estamos prevendo um rigoroso
inverno com doenças específicas pela umidade que temos em nossa Cidade,
precisamos ter verbas e aporte financeiro para as atividades da saúde pública.
Alguém
já cobrou, aqui, que 4% é demais. O Governo do Estado tem 10% de verba de
contingência. Discutir esse número, evidentemente, está em aberto para nós, mas
não achamos nenhum exagero, pelo contrário, achamos exatamente controlada a
proposta que faz o nosso Governo.
Outros
acham exagerada a suplementação de 10%. Pode até ser que não necessitemos deste
percentual. Vamos discutir como discutimos no ano passado e modificamos esse
percentual, no entanto, é preciso que o Poder Público Municipal tenha a
possibilidade de verbas de suplementação. Não como na maioria dos Municípios do
Rio Grande do Sul - eu conheço quase todos - que as verbas de suplementação são
de até um quarto do orçamento. É claro que haverá manipulação.
Estamos
dispostos a discutir um percentual um pouco menor, mas achamos que é necessário
ter esta verba de suplementação.
No
item do funcionalismo público gostaria de ater-me um pouco para fazer um
debate.
Nós
vamos discutir, em Comissão Especial, os salários dos funcionários, o
vale-refeição, as horas-extras e as necessidades de o nosso servidor público
ter uma base salarial que lhe dê uma vida digna. Além disso, para nós, neste
ano, são considerados objetivos da Administração Municipal o desenvolvimento de
um programa visando a otimizar a imagem pública do servidor municipal,
reconhecendo a função social do seu trabalho, motivando-o, permanentemente, na
busca da total qualidade do serviço público.
Como
o nome diz: “servidor público”, aquele que serve ao público, à população. E é
desta maneira que queremos continuar tratando e aprofundando a nossa relação
com o nosso funcionalismo público, dar-lhe condições de estudar e de se
aperfeiçoar.
E,
neste momento, em que nós temos a nosso favor a ciência, a tecnologia e a
informática, todos os funcionários têm as condições plenas de ter esse
conhecimento para bem-servir a coletividade.
Nós
temos insistido, levantamos num debate com o Secretário Arno Augustin, na
Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, sobre a necessidade de incrementar
e de dar condições aos nossos fiscais do Município.
Nós
precisamos que os órgãos de ponta tenham esse suporte, como demos dar aos
nossos funcionários condições de alfabetização, porque alguns não estavam
letrados.
Demos
condições de prosseguimento ao serviço de educação de jovens e de adultos.
Portanto, essa é a primeira diretriz de aperfeiçoamento do serviço público e de
apoio ao servidor público.
Nós
dissemos também, no segundo ponto, que vamos proporcionar desenvolvimento
pessoal dos servidores através de programas informativos, educativos e
culturais. Ou seja, fazer com que em momentos do seu trabalho as pessoas tenham
acesso a esses itens.
Ou
como já fizemos em alguns momentos, nos horários do almoço, proporcionamos aos
funcionários atividades de cultura e de lazer.
Além
disso, no terceiro ponto nós dissemos que iríamos melhorar as condições de
trabalho, especialmente, no que concerne à saúde, alimentação, segurança no
trabalho e justa remuneração.
Nós
não estamos contentes com o item saúde para o funcionalismo, estamos estudando
uma melhor forma de atendimento aos nossos funcionários.
Temos
refeito os nossos compromissos com o Hospital Porto Alegre, mas quem o conhece
sabe que este é um hospital que tem muitas deficiências, tem um prédio acanhado
e instalações muito reduzidas.
Mas,
nós mantivemos, no final do ano, a parceria com o Hospital Porto Alegre.
Precisamos ver uma forma de melhorar essa relação ou fazer um movimento para
que o nosso funcionalismo, dentro do processo do Sistema Único de Saúde, ou por
outras formas, consiga ter a exemplaridade do atendimento do Serviço Único de
Saúde, consiga ter um melhor atendimento à sua saúde, porque ele é o servidor
público de Porto Alegre.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador Adeli Sell, V. Exa. aborda um problema extremamente
importante: o Hospital dos Servidores Municipais - o Hospital da AFM. Aquele
hospital foi construído, para satisfação minha - eu era presidente da Comissão
de Obras -, todo ele com recursos da Prefeitura. Hoje, eu devo dizer a V. Exa.
que há fundações prontas para receber doze pavimentos de um outro bloco. Só que
a Prefeitura não investiu mais nada. Não estou fazendo crítica, mas seria
interessante que fosse analisada a possibilidade de se utilizarem aquelas
fundações para levantar mais alguma coisa que melhor atenda aos servidores
municipais e à própria população, depois.
O SR. ADELI SELL: Esse é um ponto essencial do debate,
como vamos dar condições de melhor e maior atendimento à saúde do nosso
funcionário? Que seja pela ampliação da parte física do Hospital Porto Alegre,
mas nós precisamos ter, também, um hemocentro - hoje se utiliza o de um outro
hospital. Nós poderíamos ter também um melhor serviço de ambulância, pois as
condições atuais são precariíssimas. Portanto, devemos discutir essa questão.
Mas
eu dizia, de outra feita, quando da discussão da LDO, que a nossa Administração
cometeu um gravíssimo erro: não ter divulgado, no momento da municipalização, a
situação que nós encontramos na parte física que nos foi legada pelos governos
do Estado e Federal na área da saúde. Nós deveríamos ter tirado fotografias e
exposto na praça Montevidéu, no Largo Glênio Peres e aqui na Câmara de
Vereadores, para que a população tivesse uma idéia, ainda que pálida, da
dificuldade com que nós assumimos a municipalização da saúde em Porto Alegre.
Nós cometemos esse erro, repito. Não cometemos os erros de que nos acusam. Isso
é disputa meramente política, eleitoral, de um ano em que as eleições se estão
avizinhando, mas nós não deveríamos ter feito essa disputa. Foi um erro do nosso
governo não ter mostrado como o Governo do Estado deixou os funcionários: sem
qualificação, hoje ainda com baixíssimos salários e entregues dentro desse
processo de municipalização onde, num mesmo setor, nós encontramos funcionários
da Prefeitura, do Estado e de nível Federal.
Sobre
a questão da alimentação, eu já falava, o ano passado, ao nobre Secretário da
Administração, sobre a importância da correção dos valores dos vales-refeição.
Há um compromisso de fazermos essa melhoria, e vamos garanti-la, disso tenho a
mais absoluta convicção.
Discutida
a LDO, eu não poderia deixar de falar, também, de um aspecto importante das
diretrizes na área da educação. Todos os colegas Vereadores sabem, e todos os
que nos assistem sabem também, o quanto nós trabalhamos, desde o Governo Olívio
Dutra, com a Secretária Esther Grossi, na área da melhoria da educação,
especialmente na questão pedagógica. Houve um momento importante, de lá para
cá, em que Porto Alegre conheceu um modelo de educação infantil, chamado
“Escolas Infantis”. Houve quem nos criticasse, dizendo de que essas escolas têm
gastos muito elevados. É verdade! São gastos elevados, porque ali há qualidade,
e gostaríamos de ampliar a nossa rede de escolas infantis, no entanto, o
FUNDEFE, o Fundo de Educação, criado pelo Governo Federal, não leva em conta as
escolas especiais, não leva em conta as escolas infantis, e muito menos os
convênios com as creches que nós fizemos. Isso eu lastimo, mas discuto o
primeiro item de educação: manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental.
Esse é o nosso objetivo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco solicita licença
para tratamento de saúde no período de 12 a 15 de junho.
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de licença da Vera. Tereza Franco e dada posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
O
Ver. Pedro Américo Leal pede licença para tratar de interesses particulares no
dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Pedro Américo Leal e dada posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
Quero dizer que esta Casa, sempre que recebe
novos componentes, se rejubila, renova-se, recebe novo sangue nas artérias. Que
os Senhores sejam muito bem-vindos à Casa.
O Sr. Carlos Frederico Matzenbacher está
com a palavra.
O SR. CARLOS FREDERICO MATZENBACHER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
cidadãos de Porto Alegre. Eu quero dizer que esta data, 12 de junho, para mim é
um dia muito significativo, porque, quando nos lançamos em um projeto
eleitoral, nunca sabemos o que vai acontecer ao final do mesmo. Este momento
que marca a minha posse, ainda que transitoriamente, na suplência do
carismático e emblemático Ver. Pedro Américo Leal, significa, acima de tudo,
uma vitória daqueles que depositaram o seu voto em meu nome. Então, àquelas
centenas de pessoas que conferiram a mim essa incumbência de hoje legislar ao
lado de tão importantes nomes aqui de Porto Alegre, quero dizer que essa
intenção não foi em vão, porque a vitória não é minha, mas, acima de tudo, das
pessoas que confiaram no meu nome. Nasci em Porto Alegre, aqui me criei, fiz
meus estudos, tive a oportunidade de cursar duas faculdades, ser médico e
jornalista. Acima de tudo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu aprendi a
desenvolver um profundo amor por esta Cidade. E é como um eterno apaixonado que
hoje, no Dia dos Namorados, tenho a incumbência, o privilégio de legislar em
nome dessa minha paixão que é Porto Alegre. Não poderia ser um dia mais
significativo, até porque daqui a dois dias estou completando mais um aniversário,
já passo dos 50 anos, e esse meio século de amor a Porto Alegre eu espero
retribuir, tentando ajudar a resolver os problemas desta tão querida, mas
também não menos sofrida Porto Alegre. No momento em que aceitei, em nome do
Partido Progressistas Brasileiro integrar a nominata, eu estive em cartório e
registrei um voto de fidelidade partidária, eu acredito que este lugar, hoje,
ao lado do competente ex-Prefeito João Dib, é um voto que pertence ao Partido.
Mas tomo a liberdade de me considerar, hoje, nesta momentânea passagem por esta
Casa, que, certamente, vai ilustrar, com muita riqueza, o meu currículo
pessoal, de me colocar como uma pessoa suprapartidária. Eu não preciso dizer
que vejo aqui pessoas, não só as quais admiro, como respeito sua atividade
parlamentar. Vejo aqui grandes amigos, a começar pelo Presidente desta Casa,
com o qual travei grandes batalhas no Centro Acadêmico Arlindo Pasqualini, onde
fomos colegas de jornalismo, há alguns anos. Vejo meu querido Isaac Ainhorn,
dos tempos do Julinho, onde, há quase 40 anos, estivemos lado a lado. Encontro
aqui o Ver. Fernando Záchia, meu fraterno amigo, meu companheiro de lutas no
esporte, já que sou, além de médico, um jornalista voltado para o esporte. Vejo
o Ver. Sebenelo, o Ver. Henrique Fontana, este foi meu Secretário, pois sou
funcionário público municipal, com muita honra, há quase 30 anos, e pude
servi-lo na sua Secretaria, com a mesma dedicação dos tempos em que o Prefeito
era o Ver. João Dib. Então, vejo esses colegas médicos e me irmano nas suas
condições, de homens voltados para a saúde. Vejo o Ver. Nedel e o Ver. João
Dib, este que é, indiscutivelmente, o melhor Vereador de Porto Alegre, me
permitam os outros que são meus companheiros de Bancada. Vejo grandes amigos.
Vejo também a Vera. Maria do Rosário, a qual reitero o meu preito de
consideração, pela sua dedicação e trabalho. Quantas vezes, Vereadora, nos
encontramos em campanha, na luta obstinada pelo voto, o voto do povo que nos
conduziu a esse lugar que V. Exa. ocupa, e que hoje eu também tenho
oportunidade de ocupar. Encontro outros Vereadores, como o Adeli Sell, meu
companheiro de “home page” na Internet, o qual admiro e aqui dedico o meu
respeito. Vejo a Vera. Sônia Santos, esposa de um grande amigo, o Deputado
Eliseu Santos. O meu tempo está-se esgotando e espero que não seja em vão a
minha passagem, que esse voto que terei oportunidade de dar aos Projetos que
estão em discussão hoje, sejam votos que ajudem a melhorar nossa Porto Alegre.
Espero que esse convívio, embora breve, seja repetido em outras ocasiões.
Sempre que eu puder servir a esta Casa e ao povo de Porto Alegre, serei um
soldado ao lado de todos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos, com muita alegria, a
presença do nosso ex-Vereador, nosso amigo Mazzaropi. Pedimos que passe a
compor nosso Plenário.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra. Cinco minutos com V. Exa.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, quero saudar a minha família, aos meus amigos, aquelas pessoas
que colaboraram para que eu chegasse a esta Casa.
Embora um pouco nervoso, Sr. Presidente, depois de milhares entrevistas, esta é, realmente, uma responsabilidade enorme. Aqui, eu me sinto estranho ao meu “habitat”, mas com muita satisfação. Pela primeira vez sinto a responsabilidade de subir a esta tribuna tão importante, que me fez dizer às pessoas, ao Presidente do meu Partido Sérgio Zambiasi que eu, na realidade, gosto mais de política do que de futebol. Só a minha família e o Presidente do meu Partido sabiam disso.
Quando
coloquei meu nome à disposição do Partido Trabalhista Brasileiro, não fui
sequer convidado, foi uma espontaneidade, pelo passado político de meus
ancestrais, pelo passado político da minha Cidade, São Borja, que fez dois
Presidentes desta Nação, pelo próprio Partido Trabalhista Brasileiro: Getúlio
Vargas e João Goulart. Getúlio Vargas fez essas transformações sociais,
culturais, trabalhistas e hoje é seguido pelo nosso grande líder Sérgio
Zambiasi, principalmente, na área social.
Como
filho do interior, de São Borja, onde comecei como atleta, posteriormente, como
treinador, naquela oportunidade não imaginava que eu pudesse chegar aqui. E no
dia 20 de maio de 1977, vim a esta Capital, contratado por um grande clube do
futebol brasileiro, cheguei aqui para vencer. Passei por vários clubes do
futebol brasileiro; em 83 comecei como treinador e como tal também passei por
grandes clubes. Em 86, devido ao gosto pela política, achei que era o momento
de colocar meu nome à disposição do eleitorado de Porto Alegre para concorrer a
esta Casa tão importante, que é uma ressonância não só da Cidade de Porto
Alegre como do Estado, e agradeço a esses mais de três mil votos que me
trouxeram até aqui. Tenho plena convicção de que, nós que viemos dessa raiz
popular que é o futebol, temos uma responsabilidade enorme de tirar esses
jovens da marginalidade, de coibir esse mal que está nas nossas escolas,
prejudicando, tirando e destruindo os valores dos nossos jovens.
Em
toda minha vida de esportes sempre fiz política, e lembro que em 77, quando
cheguei a esta Capital, fui um dos primeiros presidentes do Sindicato dos
Atletas Profissionais, um dos fundadores da Associação de Garantia do Atleta
Profissional - AGAP, e sempre me envolvi com a política, principalmente na
década de 70. No período da repressão, tive a coragem de subir no palanque das
Diretas Já, em frente à Prefeitura, para levar a mensagem dos atletas, a
mensagem de que realmente deveríamos mudar, transformar, voltar à democracia
neste País. Nunca fugi dessa responsabilidade. Muitas vezes, até, paguei caro
por tal atitude, muitas vezes fui injustiçado por esses posicionamentos
políticos, mas nunca desisti. Sempre fui firme em minhas atitudes, em meus
posicionamentos, visando mostrar aos atletas, aos técnicos, às pessoas que
viviam no futebol de que a política faz parte da nossa atividade, de que a
política existe todos os dias em qualquer atividade social. Tenho a convicção,
e, aqui, simbolizo com a minha carteira de trabalho, que foi assinada no dia
quinze de outubro de 1970, ou seja, passaram-se vinte e oito anos, e isso para
mim é importante neste momento, de que um dos problemas cruciais da nossa
sociedade é a falta de trabalho. Sabemos que o real é uma realidade, mas temos
problemas sociais, culturais e trabalhistas. Quero simbolizar com essa carteira
de trabalho que precisamos, no âmbito municipal, tirar esses jovens das drogas,
colocá-los na sociedade, no mercado de trabalho e procurarmos alternativas,
junto com todos os Vereadores, para resolver esse problema, porque não é só no
âmbito Nacional e Estadual, mas no âmbito Municipal também temos o problema do
desemprego.
Agradeço
ao Presidente, aos Senhores Vereadores, aos amigos e familiares, reafirmando
que estou aqui para participar, colaborar no sentido de que esses jovens entrem
no mercado de trabalho e vamos lutar nesse sentido, dentro desta Casa, desta
Cidade onde estou há 21 anos, mas sem rusgas políticas. Aviso, desde já, que a
mesma garra que tive como atleta, a mesma garra que tive como treinador, vou
ter como político. Vou ser aqui um guerreiro e lutar pelos interesses do povo
desta Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez, renovamos os nossos votos
de boas-vindas aos Vereadores Cassiá Carpes e Carlos Frederico Matzenbacher,
que possam fazer um bom trabalho como Vereadores da Cidade de Porto Alegre.
Tenho a certeza de que o farão.
O
Ver. Reginaldo Pujol solicita licença para tratamento de saúde. Não temos a
indicação da sua suplência.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em tempo de Pauta Especial. Ausente.
O Ver. João Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha
saudação especial e a da minha Bancada aos Vereadores Matzenbacher e Cassiá
que, com suas presenças, emprestam brilho a esta Sessão. Saudações também ao
ex-Vereador Mazzaropi que hoje nos dá muita satisfação por sua visita a este
local.
O
grande momento do Vereador é discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias,
discutir o Orçamento. Eu hoje vou fazer uma análise rápida de cada uma das
emendas que propus, algumas muito singelas.
Estou
propondo uma Emenda ao art. 17, onde diz o seguinte: “Eventuais alterações na
Legislação Tributária serão propostas, mediante Projeto de Lei a ser enviado à
Câmara Municipal até 30.09.98, e deverão ser votadas”. Aí está a mudança que
faço, porque a proposição do Executivo diz: “Apreciadas, antes da proposta
orçamentária”. Por que faço isso? No ano passado, tivemos um problema quando
votamos uma alteração do IPTU no dia vinte e nove de dezembro e, infelizmente,
derrotamos. Entendo que não poderia ser votada, porque a proposta não foi
apreciada, aparecendo depois do Executivo ter retirado o seu Projeto de Lei, e
a proposta apareceu depois do dia trinta de novembro. Então não havia sentido.
Agora, com esta expressão: “votada”, ao invés de “apreciada”, não haverá mais
dúvidas na Comissão de Justiça.
Uma
outra proposta, como eu já disse aqui, está escrita na Lei Orgânica, eu apenas
estou transcrevendo: “O montante das despesas com saúde não será inferior a
treze por cento das despesas globais do município, excluídas do cálculo as
transferências da União e do Estado, referentes ao Sistema Único de Saúde”.
Acho
que, se a Lei existe, é para ser cumprida. É Lei, no caso a Lei Orgânica, a Lei
maior do Município, a Constituição do Município, e não fui eu que criei, apenas
leio, é o Orçamento global do Município. E aqui é da Comissão de Justiça, o
Parecer aprovado por unanimidade na Comissão de Justiça, com dois votos do PT.
Quando
a Lei trata das despesas globais do Orçamento anual do Município, refere-se ao
Orçamento consolidado, ou seja, Administração Direta, Indireta, Autarquias e
Fundações. E é sobre esse total que incidirá o percentual de 13%, que é especificado
no Parágrafo 2º, do art. 164, da Lei Orgânica Municipal.
Então,
eu quero que apliquem 13%, ou até que mudem a Lei Orgânica, porque eu não sou o
dono da verdade. De repente, a Lei Orgânica está errada. Mas enquanto ela
viger, deve ser respeitada. Por isso, a primeira coisa que os dois Vereadores
que aqui hoje tomaram posse, o Ver. Cassiá Carpes e o Ver. Carlos Frederico
Matzenbacher, fizeram foi jurar o cumprimento da Lei Orgânica. Depois eles
falaram, mas primeiro juraram que cumpririam a Lei Orgânica. E não se diga, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, como já tentaram insinuar aqui, que a Prefeitura
já estaria, quando aplica no Orçamento, fazendo saúde. Eu sei que saúde precisa
de saneamento, sem dúvida nenhuma, mas não sou eu não, é a própria Lei de
Diretrizes Orçamentárias que separa os dois. Há um capítulo da saúde, que é o
primeiro nos anexos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, e depois vem o
saneamento básico. Na primeira página do anexo fala em saúde; o saneamento está
na página 6, para aqueles que não leram e tentam me colocar alguma coisa
diferente.
Estou
propondo que seja eliminada do art. 7º, aquela possibilidade de o Executivo
fazer suplementação das verbas. Essa possibilidade valeria no momento em que
tivéssemos uma inflação de 1500%, 800%, que chegamos a ter. Mas agora, com uma
inflação de 5% ao ano, eu não posso permitir ao Prefeito que faça
suplementações na forma como estão sendo feitas até agora. Mas mais do que
isso, a experiência me diz, o acompanhamento do balanço da Prefeitura apresentado
a esta Casa no dia 15 de abril, analisado por mim, mostra-me que o Prefeito
abriu créditos especiais, à conta de excesso de arrecadação, que não
aconteceram no ano passado. Cinqüenta e nove milhões, trezentos e quarenta mil,
cento e doze reais de créditos especiais, que não tiveram cobertura, foram
abertos. Eu não posso permitir, como Vereador responsável, que isso passe
impunemente por mim. Pode a Câmara aprovar, mas eu proponho uma medida correta,
certa, para a qual eu posso me responsabilizar.
Aqui,
a única Emenda popular, aprovada no Orçamento, no ano de 93, cortava verba de
publicidade no gabinete do Prefeito e o Prefeito Tarso Fernando suplementou
esta verba em trezentos por cento. Quer dizer, aumentou cento e trinta e três
vezes aquilo que a população tinha dito que deveria ser cortado. Sem consultar
o Orçamento Participativo, é claro. Passou de 12 milhões para um bilhão e
seiscentos. Então, eu não posso deixar esta arma e considerando, especialmente,
que 59 milhões de reais foram abertos sem cobertura.
No
artigo 13, do Projeto, eu estou propondo que a admissão dos servidores na
Administração Pública Municipal seja efetivada conforme o que dispõe o Artigo
19 da Lei Orgânica e as cartas-contrato somente serão admitidas nos casos e
prazos previstos no inciso 4,º do artigo 24 da Lei 8.666, de 21 de janeiro de
93, ou seja, em caso de calamidade pública ou de emergência decretada.
Não
se diga que eu não quero proteger a saúde dos munícipes. Eu quero, sim; exijo,
sim, tem muito dinheiro para isso, 260 milhões do SUS, repassados pelo Governo
vinte e um milhões de reais mensalmente. Eu quero que a população seja bem
atendida, mas eu não creio que se possa entender que, ao longo dos anos da
administração da Prefeitura, nos últimos nove ou dez anos, se faça a admissão
por carta-contrato, diariamente, dizendo que é na forma do artigo 24 da Lei
8.666, o que não é verdade. Nós não tivemos decretada emergência ou estado de
calamidade pública em Porto Alegre. Eventualmente, terá havido urgência. Então,
poderia se dizer que há uma necessidade. Mas, o concurso precisa ser feito, é a
forma.
Por
outro lado, quero responder a uma pergunta que foi feita aqui: se, antes do
Prefeito Alceu Collares, outros Prefeitos não teriam, com um bilhetinho,
nomeado servidores? Vou responder por mim. Nunca preenchi todos os cargos de
oficiais de gabinete que estavam à minha disposição. Também posso responder com
a “bíblia petista”, meu livro de cabeceira, que me informa que, em dezembro de
1989, a Prefeitura tinha 20 mil servidores; em 1997, quase 27 mil. Trinta e
cinco por cento a mais de servidores para uma população que deve ter aumentado
0,35%, ou seja, cem vezes mais. Eu sou criticado, respondem-me com agressões,
mas sou pacifista, só falo com números corretos e incontestáveis. Preciso que
me contestem os números, e, se me equivocasse, eu me renderia. Agora, me
fazerem aqui agressões. Por quê? Eu falo com simplicidade, com números, com
estudo, com tempo, com experiência, com leitura do Diário Oficial do Município
- e o Diário Oficial do Município não mente.
Estou
propondo, no art. 15, o inciso IV, que, aliás, propus no ano passado - foi
aprovado por unanimidade - e estou apenas repetindo porque, ao que sei, o
Município não fez nada. E o Ver. Adeli Sell está preocupado com a saúde dos
municipários. Então, quero que seja instituído o laboratório farmacêutico de
Porto Alegre para fornecer, em primeiro lugar, medicamentos essenciais aos
servidores municipais e, depois, também para a própria população, com grande
economia para o Município.
Estou
propondo, também para os servidores, isonomia salarial, ou que a tirem da Lei
Orgânica. Mas, por enquanto, está lá, proponho isonomia de vencimentos entre os
servidores municipais. Não estou fazendo nada de diferente, até porque, a
Prefeitura não trata igualmente todos os seus servidores. Fiz um Pedido de
Providências ao Sr. Prefeito - e não recebi resposta ainda - para que a
Prefeitura pague a primeira parte do 13º agora no mês de julho, como boa parte
dos municipários recebem. Por que não todos? Por que a discriminação? Eu
ficaria ao lado da Prefeitura, como sempre faz a minha Bancada, quando pedimos
urgência para problemas de interesse da municipalidade, da Cidade, quando
apoiamos e votamos favoravelmente, relatamos favoravelmente aos interesses da
Cidade. Se a Prefeitura não tivesse dinheiro para antecipar o 13º salário, eu
estaria, aqui, nesta tribuna, dizendo aos servidores municipais: “Não, não pode
ser feito porque a Prefeitura não tem dinheiro”. Mas a Prefeitura tem o
dinheiro depositado, e não se entende que a Prefeitura deposite no Sistema
Financeiro para receber 2% ao mês, talvez, ou 1,5 ou 1 %, enquanto o
municipário paga no cheque-forte - quando tem cheque - 8, 9, 12, 15%; quando o
municipário tem que entrar na fila do Montepio às 23 horas do dia anterior para
que, no meio-dia do dia seguinte, possa obter um empréstimo do Montepio - a
quem a Prefeitura também deve. Então, eu não estaria fazendo proposições
demagógicas, inviáveis. Quero acompanhar o dissídio dos servidores municipais, juntamente
com outros Vereadores de todas as Bancadas, mas não estamos conseguindo marcar
hora com os dois secretários que nos interessam imediatamente no caso, o
Secretário da Fazenda e o Secretário da Administração. Ambos estão viajando,
mas parece que, na próxima semana, vamos conseguir colocá-los aqui e trocar
idéias.
Nunca
faço, aqui, desta tribuna, nenhuma agressão; eu trago tudo muito bem
documentado, tudo bem estudado. Pode ser que sejam propostas singelas, pode e
evidentemente são, porque o mundo dificilmente entende o simples, o singelo.
Mas é o que eu sei fazer, é o que eu gosto de fazer. Eu conheço esta Cidade,
conheço o seu Orçamento, conheço o seu povo, conheço as suas angústias, conheço
as suas frustrações. Eu vivo a Cidade de Porto Alegre, como Vereador, sete dias
por semana. Sou um servidor público municipal por vocação, formação e
convicção. Ninguém me mandou ser servidor público. É por isso que tenho orgulho
de dizer que eu sirvo, e não me sirvo de Porto Alegre. Saí da Prefeitura e
fiquei em casa, sem ter o que fazer. Tive que esperar a eleição para me
reeleger outra vez. Ninguém me procurou, ninguém me ofereceu cargos, nem
encargos me ofereceram. Então, quando venho a esta tribuna, venho expressar o
meu amor à Cidade, venho expressar a minha preocupação com os munícipes desta
Cidade, que me telefonam na hora e no dia que querem e são ouvidos. Isso não
significa que eu resolva os seus problemas, mas não há nenhum capaz de dizer
que não foi ouvido. Até quando Prefeito, porque gosto de servir, o meu telefone
continuava constando da lista telefônica. Eu não sei quantos prefeitos desta
Cidade poderão dizer: “O meu telefone esteve na lista”. O Prefeito Telmo
Thompsom Flores também tinha o telefone na lista.
De
qualquer forma, as minhas colocações não são para criticar a Administração, mas
porque lei deve ser clara, precisa, concisa e respeitada. E a Lei Orgânica,
eventualmente, está sendo desrespeitada. Como os Vereadores Carlos Matzenbacher
e Cassiá Carpes, eu e os outros Vereadores também, no primeiro dia de 1997,
mais uma vez, juramos defender a Lei Orgânica e nós vamos fazer isso. Saúde e
paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
inicio meu pronunciamento fazendo uma saudação especial aos Vereadores Carlos
Matzenbacher e Cassiá Carpes, que assumiram há pouco. Ouvi com atenção as suas
primeiras palavras da tribuna da Câmara de Porto Alegre, indicando a vontade de
lutar por uma sociedade mais justa e por modificações que permitam resolver os
problemas que a nossa população enfrenta. Estamos discutindo a Lei de
Diretrizes Orçamentárias do Município de Porto Alegre, que está sendo debatida
por esta Câmara Municipal. Na Sessão anterior, na quarta-feira à tarde, ouvi
com bastante atenção os oradores que se sucederam na tribuna. Chamou-me
especial atenção a intervenção do Ver. Reginaldo Pujol, que, agora, não está no
Plenário. Naquele momento, tive o ímpeto de ocupar a tribuna, como ocupo agora,
para fazer um contraponto político ao que afirmava o Ver. Reginaldo Pujol, para
emitir uma opinião diferente da do nobre colega a respeito do Orçamento
Participativo e dos planos de investimento que se sucedem no Município de Porto
Alegre, baseados na sistemática de debates, há 10 anos que se completam neste
ano. O Ver. Reginaldo Pujol chegou a utilizar e outros Vereadores também,
naquele dia, uma espécie de nome marqueteiro de efeito, Ver. Matzenbacher, tentando
apelidar o Orçamento Participativo de “Orçamento Enganativo”. Eu aceitei,
democraticamente, essa provocação e estou na tribuna exatamente para confrontar
onde está a realidade dos fatos quando nós analisamos os planos de investimento
e a forma como é constituído o orçamento público da Cidade de Porto Alegre.
Nós
temos, Senhoras e Senhores que acompanham este debate, há dez anos, a
sistemática de reunir a população de Porto Alegre em assembléias populares nas
ruas, nas vilas, nos bairros, que se complementam com assembléia regional em
cada uma das regiões do Orçamento, que retiram prioridades que, depois, serão
trazidas para a análise livre dos Vereadores de Porto Alegre, que ou homologam
ou alteram esse Orçamento, porque continuam tendo exatamente o mesmo poder que
o Poder Legislativo sempre teve historicamente. Então, essa falsa polêmica de
dizer que a democracia direta enfraquece a democracia representativa só pode
vir daqueles que têm uma visão, na minha opinião, ultrapassada da democracia
representativa, pois, quanto mais forte for a democracia direta, mais forte e
mais qualificada será a democracia representativa. Elas exercem papéis
sinérgicos e não papéis de competição entre si. Mas o centro da fala do Ver.
Pujol, Ver. Paulo Brum, era dizer que nós continuamos com obras que não são
feitas, que são colocadas no caderno do Orçamento e não acontecem, que se
engana o povo, que se coloca obras e quando é que vai começar a obra “x”, e
cita uma obra de uma determinada região. Eu quero fazer uma análise global,
Ver. Juarez Pinheiro, quero brindar, quero oferecer para a Cidade uma análise
global sobre o Orçamento público.
Nós
temos aqui, Vereadores, os cadernos de todos os planos de investimento, desde
1990: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997 e, por último, 1998.
A
primeira a questão que quero divergir do Vereador Pujol, é fazer uma pergunta
aos cidadãos de Porto Alegre, se eles, que também são cidadãos brasileiros e
gaúchos, alguma vez receberam um caderno com o plano de investimentos do Estado
do Rio Grande do Sul e o plano de investimentos da nação brasileira para que
eles pudessem fiscalizar, mês a mês, Vereador Matzenbacher, ano a ano, a
execução real do orçamento de cuja discussão eles participaram.
Eu
pergunto, primeiro, se eles foram alguma vez convidados a participar da
discussão do orçamento público estadual e federal ao longo desses últimos dez
anos.
Segundo,
se algum dos cidadãos que nos estão assistindo, agora, em casa, recebeu um
caderno com os investimentos discutidos por eles em nível estadual e federal
para que pudessem, em dezembro, por, exemplo, criticar o seu governo,
legitimamente, porque está com obra atrasada. Eu sinto orgulho, como Vereador
do Partido dos Trabalhadores, quando vou a uma plenária popular e sou cobrado
pelo atraso de uma obra. Porque a população tem um caderno, que é lei nesta
Cidade, para cobrar de qualquer Vereador ou cidadão esse atraso.
Agora,
tem uma coisa que o Vereador Pujol não disse; é que nós temos, sim, algumas
obras atrasadas do orçamento de 97, quem sabe alguma do orçamento de 96, mas
ele não falou, Ver. Juarez Pinheiro, que todas as obras, que estão nos cadernos
de 91, 92, 93, 94, 95, 96, foram todas executadas, Vereador Matzenbacher.
Então,
isso significa credibilidade política num processo transparente de debate com a
população - ela sabe por que acredita nesse processo. A cada ano, a população
vai mais às reuniões do Orçamento Participativo, porque ela percebe que, mesmo
que haja um atraso de um, dois, três, cinco, seis meses de uma obra... E nós
estamos atrasados em 97, exatamente porque as finanças municipais estão
enfrentando uma grande crise por conta de legislações que se modificaram ao
longo do último período e retiram recursos do Município, como a Lei Kandir,
apoiada pelo Governador Antonio Britto. Por isso, estamos enfrentando atraso
nas obras.
Eu
posso dizer para a Cidade de Porto Alegre, com tranqüilidade, que tudo que está
escrito nesse caderno será feito, mesmo com algum atraso.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Henrique Fontana, fico muito contente com o conteúdo da
manifestação de V. Exa., porque são os pontos fundamentais.
O
Executivo Municipal, a Prefeitura de Porto Alegre, a Administração Popular
divulga - e se submete, inclusive, a cobranças posteriores a cada um dos
cidadãos da cidade e da própria Câmara Municipal de Vereadores - amplamente o
compromisso que tem com as obras que pretende fazer no ano seguinte. Vamos ser
francos, não erram todos os governos, nem eram todos os secretários dos
Vereadores, mas, em muitas vezes, antigamente, se amarrava a obra a ser
construída em determinada comunidade, com o apoio político posterior na eleição
seguinte, isso acontecia. Não eram todos os prefeitos, secretários ou
vereadores, mas era um fato concreto, mas isso não tem mais.
Realmente,
da análise que temos ouvido de alguns Vereadores, é que atrasou em 1997, deve
ter algum atraso sim. Por quê? Porque foi exatamente no ano em que perdemos
trinta e um milhões de reais, por iniciativas econômicas do Governo Federal e
do Governo Estadual. A base de sustentação do Governo Federal e do Governo
Estadual são exatamente estes Vereadores que nos criticam, é uma coisa risível.
Assim como está fazendo V. Exa., quero também convidar, vamos avaliar todos os
dez anos do Orçamento Participativo e ver o que tem atrasado. Tem atrasado,
exatamente, no ano em que medidas desses dois Governos nos tiraram recursos, e
essa é a verdade. Preciso lembrar que o antigo Secretário da Fazenda e o Sr.
Governador se vangloriaram por serem construtores da Lei Kandir. Dizíamos na
Assembléia que iria tirar dinheiro da Prefeitura, que iria tirar dinheiro do
Estado, como de fato tiraram. Eles se arrependeram e depois saíram correndo
para consertar, mas eles foram causadores também da Lei Kandir que tirou
recursos da Prefeitura. Muito obrigado pelo longo aparte.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Agradeço o aparte Ver. Guilherme Barbosa.
Quero pedir a compreensão do Ver. João Dib, forneço o aparte, mas que seja um
aparte bastante rápido, porque tenho mais quatro assuntos que gostaria de
colocar nesta tribuna.
O Sr. João Dib: Serei rápido e eficiente. Gostaria que V.
Exa. me esclarecesse: Na receita da Prefeitura, do mês de abril, dois milhões
quatrocentos e quarenta e sete mil, novecentos e quarenta reais da Lei Kandir,
e 4 milhões, 412 mil e 217 reais do FUNDEP. Muito obrigado pelo aparte.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Ver. João Dib, eu vou esclarecer V. Exa.
na minha próxima intervenção, porque estou decidido a falar de sobre outros
quatro assuntos, como colocava antes do aparte que V. Exa. solicitou.
A
segunda questão, quando se avalia a Lei de Diretrizes Orçamentárias do
Município de Porto Alegre, que também orgulha a toda a Cidade, é a absoluta
prioridade que é dada às políticas sociais no Orçamento e nas Diretrizes
Orçamentárias do Município de Porto Alegre. Basta ver o que temos neste caderno
do Orçamento Participativo com o Plano de Investimentos para 1998. Aqui temos
previstos para 1998, e 1999, que é na verdade uma novidade no Orçamento
Participativo, porque discutimos um plano bianual para a Cidade de Porto
Alegre, o compromisso de recuperar, ampliar, ou construir novas unidades de
saúde, num número de 24 serviços de saúde, essas unidades que o Ver. Adeli Sell
bem colocava na sua intervenção anterior, que recebemos em situação de absoluto
sucatamento que nos foram entregues pelo Governo Estadual.
Pois
bem, em dois anos vamos recuperar 24 unidades de saúde em Porto Alegre, o que
significa praticamente a metade, ou um pouco mais do que a metade das unidades
que nós recebemos quando da municipalização da saúde.
Outro
tema que tem vindo à baila na discussão da nossa Lei de Diretrizes
Orçamentárias, é o tema da propaganda; e o Ver. João Dib é um forte crítico da
questão da publicidade oficial e dos gastos com publicidade oficial. Eu me
acostumei a ouvir críticas contundentes do Ver. João Dib, que sempre respeito,
mas tenho notado, ao longo deste período que retornei à Câmara, neste ano, que
está faltando, para manter a coerência, o seu padrão de crítica em relação aos
gastos em propaganda, que V. Excelência faça, desta tribuna, uma crítica
importante sobre os gastos em propaganda que estão sendo feitos pelo Governo
Antônio Britto, que V. Exa. apóia. Aliás, o Ver. João Dib fala sobre uma suplementação
que teria sido assinada pelo Prefeito Tarso Genro, de que não houve consulta ao
Orçamento Participativo, etc. , etc. Vou voltar a esta tribuna com os seguintes
dados: em 1995 o Governo Antônio Britto gastou perto de 5 milhões de reais em
propaganda, no ano de 1996 gastou em torno de R$ 18 milhões, em 1997 saltou
para R$ 31 milhões e, no ano de 1998 até julho, pretende gastar R$ 69 milhões.
Vejam,
então, Senhoras e Senhores que acompanham este debate, um governo que, no
primeiro ano, entendia como suficiente um valor de R$ 5 milhões e, neste ano,
que é o ano eleitoral, pretende gastar R$ 69 milhões. Esse é o crescimento mais
astronômico, do ponto de vista percentual, que eu já vi, talvez, em todos os
tempos em relação ao orçamento público. Se o orçamento da saúde tivesse tido um
crescimento de 1/10 deste crescimento percentual eu seria um homem feliz hoje,
porque o tema da saúde é outro tema que o Ver. João Dib tem trazido num debate,
um pouco interminável, de se nós estamos ou não investindo os 13% da receita do
Município em saúde. Nós estamos investindo, Ver. João Dib, perto de 14%. Aliás,
eu também tenho dados comparativos que são muito interessantes, quando se vai
olhar a vontade política dos governos, eu sempre coloco para o cidadão que ele
deve olhar o orçamento. Nisso o Ver. João Dib está correto, pois a melhor
maneira de se ver a vontade política de um governo é olhar os seus orçamentos.
Então
vou dar o número, para terminar Sr. Presidente, que exemplifica a opção
política dos governos. O Governo de Porto Alegre tem investido, em torno, de R$
60,00 por habitante/ano em saúde e o Governo do Estado, que tem um orçamento
muito maior, proporcionalmente, do que os orçamentos municipais, já que a
arrecadação Estadual é proporcionalmente maior que a Municipal, tem investido
entre R$ 21,00 a R$ 27,00 por habitante/ano, ou seja, arrecada mais e investi
menos do que a metade do que o Município de Porto Alegre investe na área de
saúde.
Então,
isso é vontade política expressa no orçamento e se transformará em políticas
concretas no cotidiano. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de
Ordem): Nós queremos dar
ciência à Mesa de que trabalhamos no Plenário, entre os Vereadores inscritos, a
possibilidade de corrermos as inscrições e passarmos, após a devida chamada, à
Ordem do Dia, com prioridade ao Projeto de Financiamento do BNDS.
O SR. PRESIDENTE: A proposta da Vera. Maria do Rosário é de
que não se use o tempo de Pauta, apenas corra a Pauta. Entendi isso como um
acordo entre os Vereadores.
A
Mesa interrompe por alguns minutos para que haja um acordo.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, poderíamos propor a
inversão, no entanto, para evitar Requerimentos, fizemos a proposta aos
inscritos. Se os Vereadores querem propor a inversão que o façam.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não tenho nada contra
a inversão, mas acho estranho um Plenário que se proponha a Lei do Silêncio
entre os inscritos. É muito estranho, apenas isso, e quanto a isso eu voto contrariamente.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Esclarecimento):
Sinto muito, esta
Vereadora só propôs isso no sentido de que temos um projeto da maior
importância, mas há quatro Vereadores do PT inscritos e estávamos dando exemplo
que, senão há acordo, os nosso Vereadores também ficam liberados, enfim, falam
um minuto e, em seguida, estaremos aqui até o horário necessário, para votarmos
o Projeto BNDS. Tínhamos acordo com o Ver. João Nedel a respeito da matéria.
Muito obrigada.
(Suspendem-se
os trabalhos ás 10h55min.)
O
SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz – às 10h56min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. PAULO BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Exa. para
que invertamos a ordem dos trabalhos e passemos, imediatamente, à Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Isso significa que a Pauta não existirá
hoje.
Em
votação o Requerimento do Ver. Paulo Brum, que requer a inversão da ordem dos
trabalhos, passando para a Ordem do Dia, assegurado o direito de Liderança.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Os
jornais de anteontem estamparam que o Sr. Prefeito havia entregue, com o que
nos congratulamos, cem casas, com o valor de dez reais mensais, nas vilas
Canadá e uma outra a qual não lembro o nome.
Parece
que é um fato importante do ponto de vista social, pois as pessoas que
necessitam dessas casas estavam em zonas de risco geotécnico. O Orçamento
Participativo havia delineado a execução dessas obras, entregues aos que
estavam em situação de risco.
Dois
fatos além da importância social nos chamam a atenção. O primeiro deles é que
tem sido decidido pelo Orçamento Participativo um problema gravíssimo de que a
municipalidade tem conhecimento desde 1991, e que, a passo de tartaruga, vem
tentando solucionar. O primeiro deles é um estudo geotécnico feito pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Em 1991 havia oitenta e quatro áreas de
alto risco em Porto Alegre. São áreas sujeitas a deslizamentos de grandes
quantidades de terra, que poderão, inclusive, soterrar pessoas. Grandes pedras,
que se encontram nos cimos dos morros de Porto Alegre, podem, rolando, causar
catástrofes de proporções incalculáveis. As habitações ao sopé dessas colinas
correm esse risco. Como medida de emergência obrigatória - isso é fundamental,
quero alertar - deve-se, não só retirar as pessoas, como realizar obras nos
morros de Porto Alegre, colocando cintas de concreto em volta das pedras para
que elas não desabem montanha abaixo, pondo em risco a vida de um grande número
de pessoas.
Existiam
oitenta e quatro áreas de risco em 1991 segundo esse trabalho da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, e há uma pequena resposta administrativa a esse
grande risco que correm as pessoas. A Cidade de Porto Alegre oferece riscos. Há
pouco tempo, a INFRAERO fez uma simulação de acidente no aeroporto. As
respostas do serviço de pronto socorro de Porto Alegre foram excelentes,
inclusive do SAMU, da Prefeitura, que, imediatamente, acorreu. O grande
problema seria o da remoção e resgate de pessoas, enfrentando o
congestionamento de trânsito e a falta de leitos hospitalares. Nós não fazemos
prevenções para catástrofes, pois não temos esse hábito no Brasil. Hoje nós nos
apercebemos de que há dois relatos na imprensa da Capital de deslizamentos de
areia, iminentes, nas últimas duas semanas, em locais com riscos geotécnicos
previstos, onde só não morreram pessoas e não ocorreu nenhum fato mais desagradável,
ferindo a integridade física das pessoas, porque houve, por uma casualidade, o
aviso da Brigada Militar, que esvaziou os locais, não permitindo que as pessoas
se aproximassem. Foi por acaso! Como não somos dados à prevenção quero avisar
que existe um trabalho de 1991 - e agora o número de zonas geotécnicas de alto
risco é muito maior -, tendo 84 zonas de alto risco - em 1991 -, e se não
houver providências da Prefeitura, com rapidez, nós estaremos a amargar
catástrofes que poderiam ser evitadas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem a satisfação de registrar a
presença do Secretário de Captação de Recursos e Cooperação Internacional da
Administração Popular, Sr. José Henrique Paim Fernandes.
Quero,
como Presidente em exercício, cumprimentar os Vereadores Carlos Matzenbacher e
Cassiá Carpes.
Hoje
está de aniversário o nosso companheiro de trabalho, que está há muitos anos na
Câmara, e que sempre está aqui conosco, correndo, inclusive, certos riscos. O
nosso companheiro da Segurança Sr. Nazário Antônio da Silva, a quem damos uma
salva de palmas.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt solicita licença para tratamento de saúde no dia de
hoje. Ainda não está proposto o Vereador para substituí-lo.
Com
a palavra o Ver. João Dib em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, volto a
dizer que eu sou um homem simples e que o difícil mesmo é entender a
simplicidade. Eu desta tribuna não falei da saúde do município, do atendimento
à saúde. Eu falei do meu constrangimento, da minha contrariedade com a
excessiva quantidade, nesses 10 anos de administração prefeitoral, de
cartas-contrato. É chegado a hora de resolver a coisa através de concurso. Há
necessidade, eu não estou dizendo o contrário. Mas vejam V. Exas. que eu só
fico em Porto Alegre, até porque a minha atribuição termina nas fronteira do
Município de Porto Alegre. Eu sou um Vereador e quero ser um bom Vereador, faço
um esforço danado, mas eu não entendo certas cosias. Vejam, Srs. Vereadores,
que o ex-Secretário da Saúde, querido Vereador Henrique Fontana, colocou que o
Município gasta 60 reais com a saúde de cada porto-alegrense. Eu vou defender o
Município de Porto Alegre, o Município de Porto Alegre gasta 260 reais com a
saúde, com cada um de seus munícipes. É pouco, é mal-usado? Isso eu não sei
dizer. Eu não entendo muito da área da saúde. Eu pediria ao Ver. Carlos
Matzenbacher que talvez me dissesse melhor. Mas o Município gasta 260 reais por
cada munícipe. Agora, o que o munícipe precisa saber, e o ver. Fontana não quis
contar, é que 200, dos 260 reais, vêm do Governo Federal, ou seja, 260 milhões
de reais do SUS, dá 200 reais para cada munícipe, 1 milhão e 300 mil são
dinheiro do SUS. Aí, eu agora estou falando em Governo Federal? Não, eu estou
falando que o Município de Porto Alegre tem 260 reais para gastar com cada um
de seus munícipes. Eu sou Vereador, pela sétima vez, e só quero ser Vereador de
Porto Alegre até morrer. E só conheço as coisas de Porto Alegre, e conheço bem.
Aí
eu perguntei da Lei Kandir, da sua receita, a receita do FUNDEP, e não sabem me
dizer, mas está ali o Orçamento da Prefeitura. Então, eu volto a dizer que sou
um pacifista, uso números municipais, que é a minha atribuição, esses eu sou
obrigado a conhecer, e os outros 32 Vereadores também são obrigados a conhecer,
porque nós somos os fiscais desses números, e eu faço isso. Eu, por exemplo,
leio os editais da Prefeitura, e já fiz editais. Eu já fui Prefeito, já fui
Secretário por seis vezes, já fui diretor de autarquia. Eu já fiz editais, não
tem edital por publicidade da administração. É só olhar os editais de hoje, se
eles não estão vinculados com administração e com publicidade. Então, eu
realmente cuido, e até não reclamei da publicidade da Prefeitura, nos editais.
Eu vou deixar para mais tarde. Agora, tem que ser simples, a Prefeitura gasta
260 reais por munícipe, não sei se gasta bem ou mal, isso eu não sei e não
analiso, não tenho competência para isso. São 260 reais, e recebe do Governo
Federal 200 reais. E é bom que se promova a Prefeitura, já que atende ou
deveria atender bem os seus munícipes. Não é o que ouço na rua, não foi o que
vi ontem, na televisão, mas, de qualquer forma, são 260 reais por munícipe.
Saúde para todos. Saúde e Paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Utilizo
esse espaço de Liderança do PDT para fazer um brevíssimo relato da Convenção
Nacional do Partido Democrático Trabalhista - PDT, ocorrida no dia de ontem, em
Brasília, e que homologou a chapa presidencial, a chapa que disputará as
eleições presidenciais, este ano, com Lula como candidato a Presidente, na
coligação com o PT; e o companheiro Presidente Nacional do PDT Leonel Brizola,
na condição de Vice-Presidente.
Entre
inúmeros companheiros aqui do Sul, que estavam em Brasília, no dia de ontem,
destaco a figura do Ver. Elói Guimarães, que lá, conosco, pode constatar a
intensa vibração, o entusiasmo contagiante dos companheiros e companheiras do
PDT, assim como do PT, que nos davam a honra de acompanharem o candidato Lula e
que para todos nós foi motivo de satisfação, Ver. Guilherme Barbosa, Presidente
Municipal do PT, não só a presença dos companheiros petistas, mas,
fundamentalmente, o entusiasmo que os mesmos demostraram com a chapa, depois de
muito trabalho, de todos os lados, de todos os companheiros de todos os
Partidos que compõem essa coligação nacional, que inclui ainda o PC do B e o
PSB, além do PT e do PDT. Isso, para todos nós que estávamos lá, Ver. Elói
Guimarães - e tenho a certeza que V. Exa. teve a mesma impressão ou constatação
- era também um motivo de profundo entusiasmo e orgulho, podermos fazer, a
partir de agora, obviamente dentro dos prazo que a Lei determinar, esta
campanha que mostrará, efetivamente, uma alternativa para o povo brasileiro com
tantos problemas e com tantas dificuldades.
Ontem,
nós conversávamos com companheiros de todo o País, e sinalizava uma situação
que para todos nós que tivemos na nossa juventude, e até antes, na nossa
adolescência, e, posteriormente, na nossa militância política mais formal,
inclusive, o desprazer de verificar que a situação brasileira não só deixou de
melhorar com os recursos que havia, como piorou sensivelmente e nos coloca hoje
numa situação de profunda vergonha ao encontrarmos na rua pessoas que não têm
opção nenhuma na vida a não ser dormir em baixo de pontes, de viadutos, ao
relento, cobertas por papelão; crianças pedintes; trabalhadores que não têm opção
no campo e que, sem outra alternativa, migram para a cidade para engrossar os
bolsões de miséria nas periferias; uma indústria nacional totalmente sucatada,
sem alternativa de crescimento; uma saúde, em termos nacionais, absolutamente
precária, para não dizer caótica; o desemprego em níveis alarmantes, chegamos a
15% na região metropolitana aqui no Rio Grande do Sul, o que é um índice
inédito, comparando com as pesquisas que já vêm desde 1992; na verdade é uma
situação dramática que todos nós vivemos e que essa alternativa que se coloca
agora, realmente, é comprometida com as mudanças que o povo brasileiro
necessita, mas são mudanças absolutamente urgentes e que no mesmo momento em
que são propostas, entusiasmam todos aqueles que têm compromisso com a justiça
social e com melhores dias para o povo brasileiro. Não tenho dúvida de que essa
situação tão difícil e tão dramática que vivemos há de fazer com que as
pessoas, ligadas ou não a esses partidos da coligação nacional, pessoas que
tenham ou não militância política em outros partidos, mas que tenham
sensibilidade, um mínimo de senso social, com certeza, não vão compactuar com a
manutenção das condições atualmente existentes e terão, na alternativa proposta
por essa coligação dos partidos populares, a melhor opção para as eleições
deste ano. Deixo os meus parabéns às direções nacionais dos partidos coligados
e, com certeza, elas deram um exemplo histórico de capacidade de união, de
compromisso social e, acima de tudo, de um profundo reconhecimento de que o
povo brasileiro merece todo e qualquer sacrifício em seu benefício. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra em Comunicação de Líder, pelo PT.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
quero saudar a Bancada do PDT, que se manifestou através do Ver. Pedro Ruas,
pelo encontro realizado ontem com várias pessoas do PT que reforçam e, agora,
sacramentam a aliança nacional dos nossos Partidos e que acrescentam outros que
chamamos de “campo democrático popular”. Acho que isso fortalece a
possibilidade de vitória do povo brasileiro para começar a reescrever a própria
história do País, estruturando um País mais justo que, ao longo do tempo, com
certeza diminuiremos as injustiças no Brasil.
Quero
comentar o pronunciamento do Ver. Cláudio Sebenelo que se referiu à questão da
habitação em Porto Alegre. Eu tenho dito que nós fazemos pouco, quando
comparado com o que a Cidade precisa no campo da habitação. Ao mesmo tempo,
digo que - comparando com as outras esferas do Governo -, nós fazemos muito
mais do que eles fazem. Neste ano de 1998, o DEMHAB tem iniciativas de
construção de novas moradias, de regularização de vilas populares que atingirão
entre três a quatro mil pessoas em Porto Alegre. É um impacto forte,
significativo, mas ainda vamos precisar de muito mais e, quem sabe, um dia
contaremos com recursos do Governo Estadual, o que praticamente não existe,
acabou a COHAB e não tem, de fato, um política determinada para a habitação no
Estado todo.
Também
quero me referir à questão da saúde, abordada pelo Ver. João Dib em outra
situação. Foi dito que o Município de Porto Alegre deveria gastar duzentos mil
reais, quando coloca, em discussão, os vinte e um milhões de reais que a
Prefeitura recebe, por mês, do SUS. Sim, é verdade, mas é preciso não misturar
os números, porque este dinheiro é aplicado principalmente nos Hospitais que
atendem uma parcela muito grande de pessoas do interior. Portanto, esse número
é outro, mas o número colocado pelo Ver. Henrique Fontana do orçamento próprio
de Porto Alegre é o que foi afirmado, Porto Alegre investe dos seus próprios
recursos, em número redondo, sessenta reais por habitante, enquanto o Governo
do Estado investe apenas vinte e sete reais por habitante, do seu próprio
orçamento. Essa é a verdade. Há uma discussão, aqui na Câmara, se a Prefeitura
investe 13%, ou 9% em Saúde. Há Vereadores que dizem que devemos colocar os
recursos do SUS, também, nesse bolo. Ora, mas o recurso do SUS é, única e
exclusivamente, para repassar diretamente aos hospitais, ou em Postos de Saúde,
não poderia usar esse recurso para pagar salários. É um dinheiro que entra e
sai direto, sem que possa ser utilizado para outra iniciativa. Portanto, ele
não pode ser contado, no nosso ponto de vista. Digamos que esses Vereadores que
têm esse raciocínio estejam corretos. Mesmo assim a Prefeitura de Porto Alegre
investiria 9% do seu orçamento em Saúde, enquanto que o Governo do Estado
investe 2,5%. Isso é inquestionável, mesmo que alguns Vereadores da oposição
tenham razão, a Prefeitura de Porto Alegre investiria 9%, enquanto que o
Governo do Estado investe míseros 2,5%, embora o orçamento tenha
permanentemente trazido a possibilidade de investir 10%, volto a repetir,
investe 2,5%. E alguns vêm nos criticar porque estaríamos investindo 9%. Ora,
essa é a relação, 9% se o Vereador estiver com a razão; nós achamos que não tem
razão, achamos que o nosso número está certo e é 13%, acatando a Lei Orgânica
do Município, enquanto que o Governo do Estado investe míseros 2,5%, embora a
Lei Orçamentária estipule 10%. É uma relação três vezes maior, portanto a
discussão cai num vazio tremendo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra
em Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando
o Governo do Estado vai pagar os quatro mil professores em caráter emergencial?
Esses professores já estão há mais de noventa dias trabalhando e ainda não
receberam. Já tivemos a oportunidade de dizer que fomos contrários ao contrato
emergencial, porque um Governo que contratou quatro mil professores tinha
condições técnicas de realizar um concurso público. O Governo fez esse contrato
em tempo recorde, abrindo inscrições e encerrando-as em um período de cinco
dias. Quase quarenta mil professores habilitaram-se a preencher essas vagas e
em um espaço de quarenta e oito horas publicaram os seus nomes no Diário
Oficial do Estado. O Governo consegue, com essa agilidade toda, em um curto
espaço de cinco dias, arregimentar os professores a fazer suas inscrições em um
espaço de quarenta e oito horas, conseguindo publicar no Diário Oficial a
nominata de todos eles, em cada uma de suas delegacias e escolas, é
inadmissível que em um espaço de tempo superior a noventa dias, porque as aulas
começaram em março, e esses professores ingressaram no início de março, e hoje
é dia doze de junho, e eles, até o momento, ainda não receberam. Não ouvimos
nenhum pronunciamento a respeito desse assunto, nem dos integrantes da
Secretaria de Educação nem do Sr. Governador do Estado, sobre quando será
efetuado esse pagamento. Qual a motivação que esses docentes têm para
trabalhar? Como estão sendo realizados os seus deslocamentos e a sua
alimentação? O que dizem os integrantes de suas famílias, quando esses
professores retornam aos seus lares, dizendo que ainda não receberam? E ainda
se fala tanto em dignidade educacional. Se querem a dignidade educacional, que
paguem o quanto antes esses docentes. Nós vamos, reiteradamente, nesta tribuna,
enfatizar que o Governador do Estado, a Secretaria de Educação têm o dever de
pagar, o quanto antes, esses professores, porque, se em 48 horas foi possível
publicar seus nomes por delegacia e suas escolas, por que hoje, que já faz mais
de cem dias que estão lecionando, ainda não receberam seus vencimentos?
Portanto,
é inadmissível que esse fato ainda ocorra. São quatro mil docentes que esperam
o pagamento do seu trabalho já efetuado. Vamos, reiteradamente, usar essa
tribuna e fazer um clamor: que o Governador pague aquilo que é de direito de
todos os professores que foram nomeados por este Estado do Rio Grande do Sul.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra
em Comunicação de Líder.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, Ver.
Carlos Matzenbacher e Ver. Cassiá, é um prazer recebê-los nesta Casa.
O
clima do momento é a Copa do Mundo. Fala-se muito em Copa do Mundo, se ouve
muito, se vê, e também se lê muita coisa sobre a Copa. E eu, com surpresa, lia
ontem - nem foi com surpresa, foi até com tristeza - que o Prefeito Raul Pont,
lá em Paris, felizmente assistiu o jogo e nos ajudou a torcer para que o Brasil
pudesse vencer. Mas o Prefeito Raul Pont, dentro da análise que fazia do
comportamento da Seleção Brasileira, lamentavelmente encerrava dizendo que “no
plano político, pelo clima de euforia nacional que será criado com a vitória do
Brasil, favorecerá a reeleição do Presidente.” Já começo a pensar, a imaginar
que o Prefeito Raul Pont - por ser, evidentemente, um partidário do candidato
Luiz Inácio Lula da Silva, trabalhará e torcerá para a vitória do Lula - começa
a torcer para que o Brasil perca a Copa, se o raciocínio dele é verdadeiro. E
imagino que o Prefeito Raul Pont não pode pensar nisso, fazer com que haja um
retrocesso, que se pense ou que se faça uma comparação com a Copa dos anos 70,
quando vivíamos um regime de ditadura militar e o resultado do jogo da seleção
poderia desviar o pensamento da população. Naquele momento se utilizava esse
argumento, com muita propriedade, de que o resultado positivo no campo
favoreceria a manutenção do regime militar. Estamos em época diferente.
Aconteceu a vitória de 94 e ninguém jamais levantou essa possibilidade, e
também havia uma eleição presidencial. Mas, o Prefeito Raul Pont, um homem
vivido, culto, com experiência política, dizer que o resultado da vitória da
seleção na Copa da França poderá ajudar a reeleição do Presidente Fernando
Henrique Cardoso, é não conhecer o povo brasileiro. Hoje, o povo brasileiro não
tem uma relação direta com o futebol como tinha há trinta anos, e até a
influência do futebol sobre o povo brasileiro é extremamente diferente. Isso
faz pensar que o Ver. Raul Pont vai lá para torcer pelo insucesso do Brasil,
porque, entre a política e o futebol, eu tenho a convicção plena de que o
Prefeito Raul Pont vai torcer mais para o seu Partido chegar ao poder. Se para
isso é necessária a desgraça dos torcedores futebolísticos brasileiros, a
derrota na Copa, ele é um dos que está aliado à derrota e vai torcer para o
Brasil perder a Copa. Felizmente, parece que o Prefeito volta nos dias 14 ou 15
e não vai estar lá com a sua “secação” até o final da Copa, porque vai para
Caracas e talvez, lá, as informações sobre o futebol brasileiro sejam
diferentes.
Eu li e fiquei estarrecido, porque ele fala
de algumas coisas de Porto Alegre com total desconhecimento da nossa Cidade,
por exemplo, quando ele fala que a rivalidade opõe os vermelhos do Inter -
equipe de futebol de origem popular- aos azuis do Grêmio - clube dos bairros
mais favorecidos. Ora, quem fala aqui é um colorado que com muito orgulho
sempre diz que o Internacional é historicamente um clube do povo, mas qualquer
pesquisa mostra que hoje o Grêmio não é um clube de elite, não é mais dos
bairros favorecidos.
Que o Prefeito Raul Pont desconheça a Seleção
Brasileira, até concordo, que o Prefeito Raul Pont desconheça o processo de
torcer para o seu país, porque vai trazer um prejuízo para a eleição, eu até
posso concordar, mas que o Prefeito Raul Pont - e, aí, este Vereador fica
estarrecido - desconheça a composição da Cidade de Porto Alegre, desconheça a
história dos seus dois maiores clubes, isso me deixa extremamente triste, Vera.
Maria do Rosário, quando ele diz que o Grêmio, hoje, é o clube dos bairros mais
tradicionais.
Qualquer
pesquisa feita por órgãos especializados mostra um crescimento do Grêmio nos
bairros populares e uma manutenção do Internacional nos bairros populares.
Agora, não se diga que o Grêmio é de bairros tradicionais. Vamos conhecer um
pouco mais a Cidade de Porto Alegre, as suas instituições e vamos torcer um
pouco mais pelo Brasil, esquecendo o aspecto político. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra,
para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Neste
ano de 98, estamos comemorando os 10 anos de Direitos Constitucionais das
Pessoas Portadoras de Deficiências .
A
Lei nº 7853 de 89 instituiu, em nível nacional, a CORDE, que é a Coordenadoria
Nacional para tratar dos assuntos relacionados às pessoas portadoras de
deficiência.
Gostaria
de registrar que, na última quarta-feira, nós participamos da implantação do
sistema de informatização da CORDE nacional, aqui, no Estado do Rio Grande do
Sul, convênio esse assinado com a FADERS, Fundação de Atendimento às Pessoas
Portadoras de Deficiência do Estado do Rio Grande do Sul.
Esta
iniciativa faz parte do Programa PEAIRS, instituído pelo Governo do Estado, que
tem o objetivo principal de traçar, em nível do Estado do Rio Grande do Sul,
uma política de atenção integral às pessoas portadoras de deficiências.
Por
isso, eu gostaria de deixar registrado nos Anais desta Casa que o Estado do Rio
Grande do Sul foi escolhido entre os cinco Estados para a implantação dessa
informatização da CORDE, que tanto lutamos, em nível nacional, para que
houvesse uma descentralização dessa política nacional. Nós, o Estado do Rio
Grande de Sul, estamos de parabéns por sermos um dos primeiros Estados onde
está sendo implantado esse sistema de descentralização da CORDE nacional.
Queremos dar os nosso parabéns ao nosso Presidente da FADERS, companheiro e
amigo, Ozi Azeredo, que vem desenvolvendo um trabalho digno, um trabalho com
extrema competência e, sem dúvida, a nossa Fundação de Atendimento aos
Portadores de Deficiência do Estado do Rio Grande do Sul, pela primeira vez,
está sendo considerada no cenário nacional como uma Fundação que, realmente,
vem prestando um serviço de alto interesse às pessoas portadoras de
deficiência. Por isso, fica o nosso registro de que a Fundação de Atendimento
ao Deficiente passa a ser uma das primeiras Fundações a estar, efetivamente,
interligada com a CORDE nacional. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
Vera. Maria do Rosário, para um
Requerimento.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, nós solicitamos que,
dentro da Ordem do Dia, seja apreciado o PLE nº 013/98 e, depois, os demais
projetos constantes nos avulsos.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento da Vera. Maria
do Rosário. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
PROC.
1351/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/98, que autoriza o Poder Executivo Municipal
a contratar operação de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES, para financiamento do Projeto Sistema Integrado de
Transporte Público Urbano, integrante do Programa de Desenvolvimento Municipal
de Porto Alegre, e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
Observações:
- incluído
na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM;
- Para aprovação voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, V, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral e votação o PLE nº
013/98. Não há inscritos para discussão. Em votação. O Ver. João Dib está com a
palavra para encaminhar a votação do Projeto.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais
uma vez a minha Bancada dá uma perfeita demonstração de preocupação com o
desenvolvimento desta Cidade. Nós que, ao longo dos anos temos reclamado pela
falta de obras que resolvam os problemas viários da Cidade, nunca nos colocamos
contrariamente às pretensões do Executivo para que pudesse buscar recursos no
País ou fora dele para as obras que interessam à vida de Porto Alegre, como é o
caso da Perimetral mais importante, que é a Terceira Perimetral e que, no ano
passado, autorizamos cerca de cento e cinqüenta milhões de dólares para que se
pudesse fazer a aprovação com alguma tranqüilidade, nós facilitávamos
esclarecendo o que o Executivo não sabia esclarecer perfeitamente, até porque
havia erro aritmético, mas, tranqüilamente, o interesse da Cidade era, como
colocou o Ver. Cassiá Carpes, suprapartidário, não podíamos fazer diferente.
Nós vamos continuar fazendo assim, os interesses da Cidade são maiores que os
interesses partidários, ainda que um Projeto da importância desse, que pede
autorização para financiamento de quarenta milhões de reais junto ao BNDS, seja
pobremente justificado. Evidentemente, faremos a sua aprovação por unanimidade.
Corredor de ônibus da III Avenida Perimetral, vinte três milhões de reais. Essa
Perimetral já poderia estar em muito melhores condições, nós lemos um editorial
do “Jornal do Comércio” onde se via que seria possível aplicar os recursos da
própria Prefeitura, porque tem um superávit gerado na Prefeitura, em 1995 de
dez milhões, em 1996 de seis milhões, em 1997 não sei de quanto, porque ainda
não pude analisar, mas sei que houve superávit no Departamento de Limpeza
Urbana, que não se sustenta nas próprias pernas, é o dinheiro da Administração
central e eles usam e tem superávit, é estranho isso. De qualquer forma, tudo
bem, o dinheiro está na caixa e não vai fazer diferença nenhuma. A Prefeitura
já poderia ter feito a Aparício Borges, a Salvador França com recursos próprios
e não precisava depender de recursos externos.
Até
poucos dias, nesta tribuna, eu elogiava o atendimento, se não me equivoco, do
Engenheiro Edson no escritório de Desapropriação da Prefeitura. Av. Bento
Gonçalves, oito milhões e meio. Eu acho que esta Casa merecia uma explicação
melhor do que vai ser feito da Av. Bento Gonçalves, por isso eu disse que eu
gosto desta Cidade, eu amo esta Cidade, eu me vinculo, me encontro em cada rua
desta Cidade. Como Secretário de Obras tive o prazer, o orgulho e a honra de
alargar a Av. Bento Gonçalves e fazer aquilo que lá está. Deixamos um corredor
central de 16 metros para que fosse utilizado, creio que sejam esses 16 metros
que serão alargados agora para que haja uma melhor capacidade de circulação na
Bento Gonçalves. Renovação de frota de ônibus da CARRIS, sete milhões e meio;
infra-estrutura dos transportes coletivos, mais de um milhão de reais. Nós
fizemos uma Emenda, aqui, já que a própria ementa do Projeto de Lei autoriza o
Executivo a contratar operação de crédito com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social para financiamento de projeto de sistema
integrado de transporte público urbano. Ora, o sistema integrado de transporte
público urbano integra toda a frota de ônibus da Cidade que atende ao povo e
que nós queremos que atenda melhor ainda. Então foi feita uma Emenda com a
concordância da Secretaria Municipal dos Transportes, com a concordância, ao
que parece, do Sr. Prefeito, já que a Secretaria concordou, para que também o
sistema integrado como um todo tenha a possibilidade, não com o aval da
Prefeitura, de dirigir-se ao BNDES e também buscar apoio financeiro para
renovação de suas frotas. O povo de Porto Alegre merece uma frota melhor e a
Bancada do PPB, através hoje do Ver. Carlos Matzenbacher, do Ver. João Nedel e
deste Vereador vai votar favoravelmente, sem nenhuma dúvida, esperando que o
Projeto seja aprovado. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra
para encaminhar.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sempre
tenho dito que nesses Projetos que contemplam a totalidade da Cidade raramente
existe oposição e, aqui, certamente não será o caso. Corredor de ônibus da III
Avenida Perimetral, que agora está sendo discutido o novo Plano Diretor, e a
III Avenida Perimetral já foi votada nesta Casa, no ano passado, verbas
substanciais, já estão em processo final de desapropriação os terrenos e casas
dessa Avenida e, agora, a parte conclusiva relativa especificamente ao corredor
de ônibus. Da Avenida Bento Gonçalves, como o Ver. João Dib colocou aqui, pouco
se fala e eu gostaria que a Bancada Governista esclarecesse mais alguns
detalhes. O que será feito na Avenida Bento Gonçalves? Quando se fala em
renovação de frota, eu acho que Porto Alegre cada vez mais merece um transporte
coletivo de qualidade e o Ver. João Dib, com a sua Emenda, teve essa
preocupação também, de tentar agilizar, fazendo com que o BNDES também pudesse,
diretamente, conceder aos permissionários. Esperamos que a curto prazo isso
possa refletir na melhor qualidade dos serviços, e fazer com que o povo
porto-alegrense tenha condições melhores quanto ao seu transporte coletivo.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar tem a palavra a Vera.
Maria do Rosário.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero
participar deste encaminhamento dizendo da importância em aprovarmos este
Projeto que autoriza a contratação de operação de crédito junto ao BNDES. É um
projeto absolutamente claro. São recursos que vêm para o Município de Porto
Alegre com o objetivo de se estabelecer o corredor de ônibus da III Perimetral.
Trata-se da contrapartida ao financiamento do BID, portanto são recursos que o
Município precisa colocar na III Perimetral, no sentido de que ela venha a se
viabilizar, que as suas obras possam iniciar. Também recursos esses vindos do
BNDES para a Av. Bento Gonçalves, para o final da Bento Gonçalves, quase em
Viamão, antes da Lomba do Pinheiro, naquela área toda em que é preciso de fato
se fazer obras, melhorar a infra-estrutura e se garantir a possibilidade de
maior fluxo de veículos, para o acesso tanto à Lomba do Pinheiro e a toda
aquela região da Agronomia, quanto à Cidade de Viamão, nossa Cidade vizinha com
a qual, enfim, temos uma relação tão direta de trabalho, de moradia.
Também
são recursos que vêm para a renovação da frota de ônibus da CARRIS,
contribuindo para que tenhamos mais veículos adaptados, inclusive, Ver. Paulo
Brum, considerando legislação que aprovamos nesta Casa que estabelece um mínimo
- através de Emenda de V. Exa. a Projeto de nossa autoria - de um veículo
adaptado em cada frota em processo de renovação.
Também
a infra-estrutura para o transporte coletivo. E quero destacar neste ponto que
esse um milhão de reais destina-se fundamentalmente ao Projeto SOMA, que é o
monitoramento informatizado dos horários dos veículos do transporte coletivo,
como é possível se acompanhar isso no sentido de que exista uma eficiência cada
vez maior nos horários, no atendimento da comunidade em toda a cidade, através
de um programa informatizado, que precisa avançar, inclusive, que já existe na
Prefeitura, e num segundo momento um programa de segurança, que se chama
“Parada Segura”. Existem algumas avenidas na nossa Cidade onde não temos
corredores de ônibus, e as paradas oferecem algum grau de insegurança. Então, a
partir de critérios técnicos, e verdadeira pesquisa, e do trabalho da SMT, nós
avaliamos a necessidade de Projetos específicos que transformem as paradas de
ônibus em um lugar seguro, um lugar protegido, onde a população possa esperar
com conforto e segurança o transporte coletivo. Nós pedimos aos Srs. Vereadores
a aprovação desse Projeto. Acho que é um Projeto que estudamos suficientemente,
existe uma Emenda do Ver. João Dib, com a qual a nossa Bancada têm
concordância, o nosso Governo tem concordância, inclusive indicamos também a
aprovação da Emenda, temos o parecer da Procuradoria que nos apresenta a
legalidade. E certamente o fundamental em tudo isso é o sentimento de que assim
estamos trazendo recursos para Porto Alegre, recursos que estão dentro da nossa
possibilidade orçamentária, em podermos honrar todos os compromissos que
estamos assumindo e estamos, com a Câmara Municipal, sendo parte dessas
melhorias para a Cidade de Porto Alegre, num momento que é difícil, mas estamos
permanentemente buscando recursos, e tentando a melhor forma de atender às
necessidades da nossa comunidade.
Destaco
aqui o acompanhamento do Secretário da SECAR, Secretaria de Capitação de
Recursos, que está no Plenário neste momento, no sentido de nos orientar e
acreditando que todos nós, Vereadores de diferentes Bancadas, aprovando este
Projeto, somos parte também da busca de financiamentos para a Cidade, somos
parte de um desejo comum, que é o de servir Porto Alegre, que é o sentimento de
todos os Vereadores. Acreditamos, realmente, na aprovação do Projeto. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn para
encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
lamentar que este Projeto, que ingressou na Casa em doze de abril, não tenha
passado pelas Comissões Técnicas da Casa, sobretudo a Comissão de Urbanização
Transporte e Habitação aqui da Casa, uma vez que não há detalhamento. É
lamentável o que está acontecendo aqui, a Câmara não pode negar, pela
importância e dimensão da obra, esse dinheiro, essa autorização para
contratação. Mas a Câmara, como Poder Legislativo da Cidade, deveria, Sr.
Presidente, ser mais esclarecida. E não o é. As coisas passam aqui de forma
muito atropelada. Discute-se, às vezes, Sr. Presidente, a tarde inteira, algo
que poderíamos denominar de ”abobrinhas”, coisas sem a menor importância.
Agora, um financiamento de 40 milhões de reais está passando por aqui pelo Art.
81, a Requerimento da Líder a Bancada do PT, a Vera. Maria do Rosário. O que se
observa é o seguinte, a Administração Municipal, a Administração Pont não tem
interesse em trazer os dados aqui, mas, sim, interessa-se apenas em aprovar os
Projetos e ver-se livre do Legislativo, na opinião dos Vereadores, legisladores
da cidade, eleitos para representar os interesses da população. Vejam V. Exas.,
a pág. 2 da Exposição de Motivos diz: “ A segunda parcela a ser financiada
monta 17 milhões de reais.” Isso é muito dinheiro, Sr. Presidente, para o volume
da Cidade de Porto Alegre; isso representa mais do que o orçamento da Câmara
Municipal.
E
mais: “referente a investimentos no sistema viário e modernização do transporte
coletivo, selecionados pelo Orçamento Participativo.”
Agora,
eu pergunto, nós sabemos quais são esses investimentos do sistema viário
selecionados pelo Orçamento Participativo? Se temos conhecimento, se a Comissão
de Urbanização Transporte e Habitação discutiu esse tema? Se ela discutiu essas
melhorias no tráfego? O que faz a Comissão de Urbanização Transporte e
Habitação? Valorizamos, pois sabemos que ela faz outras coisas, mas quanto a
esse processo, não há nada, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que conste a sua
participação. Diz apenas que a parcela de 17 milhões é referente - repito - a
investimentos em sistema viário e modernização do transporte coletivo,
selecionados pelo Orçamento Participativo.
Pergunto
se algum Vereador sabe quais são essas melhorias, essas modernizações
selecionadas pelo Orçamento Participativo? Certamente, todo mundo sabe que isso
aqui foi instrumentalizado e manipulado dentro das estruturas burocráticas da
Prefeitura com a intenção de passar correndo pela Câmara de Vereadores. Esta
Casa não é ouvida; aqui, não esteve o Secretário dos Transportes, o Secretário
do Tráfego, nem o Coordenador das obras da Terceira Perimetral nas Comissões
Permanentes para discutir a aplicação desses 17 milhões.
E
isso não nos satisfaz, Sr. Presidente. Nós lamentamos, neste momento, que
tenhamos que aprovar um projeto nessas condições.
Quem
sabe nós fazemos o seguinte, ouvidos os meus pares e colegas: adiemos, por três
Sessões, a votação desse Projeto para sabermos quais são essas modernizações.
No mínimo isso, porque não discutimos esse Projeto e não passou pelo crivo das
Comissões Técnicas uma operação de 40 milhões de reais em investimentos para
melhoria da Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra
para encaminhar.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
tenho por convicção que oposição se faz com responsabilidade e com seriedade.
Faço
parte de um partido de oposição no campo ideológico, mas não oposição contra a
minha Cidade, que escolhi para morar e fazer a minha história.
Por
isso, em nome do PTB, vamos votar favoráveis a essa autorização que o Sr.
Prefeito pede a esta Casa.
Quero
destacar também a Emenda do Ver. João Dib, com a qual o Vereador estende às
empresas concessionárias o direito a esse financiamento. E, com isso, nos dá a
certeza, Ver. João Dib, que aumentarão as condições para que essas empresas
possam cumprir a Lei, aprovada por esta Casa, conforme mencionou a Vera. Maria
do Rosário, de que nós teremos que ter, no mínimo, um ônibus adaptado por
linha, no Município de Porto Alegre, para atender ao direito de ir e vir do
cidadão portador de deficiência física.
Por
isso, em nome da Bancada do PTB, eu encaminho favoravelmente ao Projeto e
favoravelmente à Emenda apresentada pelo meu querido amigo, Ver. João Dib.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 013/98. A votação
será nominal por solicitação do Ver. Carlos Garcia (Após a chamada.) APROVADO o PLE nº 013/98 por 23 votos SIM e 1 ABSTENÇÃO.
Em
votação a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 013/98. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com a ABSTENÇÃO do Ver. Isaac Ainhorn.
3ª SESSÃO
PROC. 1612/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI
ORGÂNICA Nº 003/96, de
autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera dispositivos da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre. (Substituição do Prefeito) Com Emenda nº 01.
Parecer
- da Comissão
Especial. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
discussão geral e votação nos termos do Art. 130 do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 003/96. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, está encerrada a
terceira Sessão de discussão.
PROC.
1037/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
obriga as escolas de formação de condutores de veículos automotores
(auto-escolas), sediadas no Município de Porto Alegre, que possuam no mínimo 10
(dez) veículos em sua frota, à adaptação de um desses para o aprendizado de
pessoas portadoras de deficiência física. Com
Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01.
Observações:
- incluído na Ordem
do Dia por força do Art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Lei do
Legislativo nº 045/97.
Sobre
a Mesa, Requerimento, de autoria do Ver. Paulo Brum, solicitando o adiamento da
discussão do PLL nº 045/97 por duas Sessões. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Requerimento do Ver. Paulo Brum.
PROC.
1224/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
dispõe sobre a obrigatoriedade de Curso Superior de Educação Física para os
responsáveis pelas academias de artes marciais. Com Emenda nº 01.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela rejeição do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da COSMAM. Relator Ver. Renato Guimarães: pela rejeição do Projeto e
da Emenda nº 01.
Observações:
-
adiada a
discussão por três Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o
Projeto de Lei do Legislativo nº 059/97.
Sobre
a Mesa, Requerimento, de autoria do Ver. Renato Guimarães, pedindo o adiamento
da discussão do PLL nº 059/97 por uma Sessão.
Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO o Requerimento do
Ver. Renato Guimarães.
PROC.
1268/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 066/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
disciplina a venda de tintas em “spray” no Município de Porto Alegre e dá
outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela rejeição do Projeto e da Emenda
nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relatora Vera. Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto
e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda
nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Lei do
Legislativo nº 066/97.
Sobre
a Mesa, Requerimento, de autoria do Ver. João Dib, que solicita o adiamento da
discussão por uma Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o
Requerimento do Ver. João Dib.
.
PROC. 1270/97 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 067/97,
de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos
estacionamentos particulares cobrarem 50% (cinqüenta por cento) do valor do
estacionamento a deficientes físicos.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Juarez
Pinheiro: pela rejeição do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Dib:
pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Antônio
Losada: pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relatora Vera. Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 67/97.
Sobre
a mesa Requerimento do Ver. Henrique Fontana que requer seja adiada a discussão
desse Projeto por uma Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO o Requerimento do Ver. Henrique Fontana.
PROC.
1897/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que
dispõe sobre a abertura de “shows” internacionais que ocorrerem no Município de
Porto Alegre.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela rejeição do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relatora Vera. Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 118/97.
Sobre
a Mesa, Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Garcia, solicitando o adiamento
da discussão do PLL nº 118/97 por três Sessões. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO o
Requerimento do Ver. Carlos Garcia.
PROC.
2339/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 033/97, que autoriza a permuta de área remanescente
do próprio municipal nº 8 da Rua Damasco por área na Rua Damasco nº 12,
atingida por passeio da Av. Érico Veríssimo, ao lindeiro, independentemente de
licitação, e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e pela
rejeição da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e
rejeição da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01.
Observações:
- Para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, VIII, da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 33/97. (Pausa.) Encerrada
a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Em
votação a Emenda nº 1 aposta a este Projeto. Solicito que a votação seja
nominal. (Após a chamada.) REJEITADA
a Emenda nº 01 por 03 votos SIM e 17
votos NÃO.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Solicito que o PLE nº 001/98 seja votado
antes dos demais.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver.
Guilherme Barbosa. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
PROC. 0161/98 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 001/98, que
declara de utilidade pública a Casa Menina de Rua.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Hélio Corbellini: pela aprovação do
Projeto.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PLE nº 01/98. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO.
PROC.
2382/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/97, de autoria do Ver. Antônio Losada, que
normatiza a utilização do sistema de código de barras pelos estabelecimentos
comerciais e congêneres e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Parecer
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do
Art. 81 da LOM;
- discutiu a matéria o Ver. R. Pujol.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 139/97, de autoria
do Ver. Antônio Losada, com Emenda nº 1.
Não havendo quórum para continuar, estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se
a Sessão às 12h21min.)
* * * * *